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Cidades

Chuvas no ES: mais de 2 mil pessoas atingidas em Alegre

No município, 535 famílias foram atingidas pelas chuvas. Pelo menos 2.324 pessoas perderam praticamente tudo

Por Redação

8 mins de leitura

em 24 de mar de 2024, às 11h19

Crédito: Prefeitura de Alegre

As chuvas intensas entre a noite da última sexta-feira (22) e a manhã de sábado (23) deixaram um rastro de lama, prejuízos e destruição para a população de muitas cidades da Região Sul do Espírito Santo e Norte do Rio de Janeiro.

Em Alegre, 535 famílias foram atingidas pelas chuvas. Pelo menos 2.324 pessoas perderam praticamente tudo. É o que aponta o balanço parcial da Defesa Civil municipal, anunciado no início da noite de sábado (23), pelo prefeito Nirrô Emerick.

Na cidade, o volume superou em quase 50% o previsto pelo alerta vermelho do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), para aquelas 24 horas. Foram 156,21 milímetros de chuvas acumulados. O município decretou estado de Calamidade Pública.

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Cidades mais afetadas

Na Região Sul capixaba, as cidades mais afetadas foram: Bom Jesus do Norte, com 295,4 milímetros de chuva acumulados; Mimoso dos Sul, com 228 milímetros, e Muniz Freire, com 193 milímetros, foram as mais castigadas. São 12 óbitos confirmados em Mimoso do Sul e 2 em Apiacá.

Comitê de urgência

Na manhã de sábado (23), o prefeito Nirrô Emerick e o vice-prefeito, Silvani Monteiro Corrente, montaram um Comitê de Urgência na Sede Administrativa, que reuniu mais de 200 servidores em regime de plantão para prestarem auxílio e orientações à população em cada canto de Alegre.

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Mobilidade comprometida e acessos interditados

Até o fim do dia, as equipes do Comitê de Urgência registraram que 11 pontes haviam sido danificadas na Sede, nos distritos e na Zona Rural.

Regiões como Roseira e Lagoa Seca, além de trechos da Rodovia ES-387, que liga Alegre a Santa Luzia, em Muqui, estão entre as vias danificadas pelas chuvas.

“A ponte que liga a rua Orozimbo Lima à Rua Mizael Barcelos, próximo ao Mini Mercado Triângulo (Ary de Oliveira), está interditada. Engenheiros avaliaram um possível dano na estrutura. Só quando a água baixar, será possível avaliar melhor”, disse o prefeito durante uma transmissão em suas redes sociais, no início da noite de sábado (23).

Infelizmente, os prejuízos ultrapassam os danos às residências e os problemas estruturais que comprometem a mobilidade.

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Saúde municipal também foi abalada

Segundo o prefeito Nirrô Emerick, nas unidades de Saúde da rua Mizael Barcelos e da Vila do Sul, os bens como equipamentos hospitalares e administrativos, além dos insumos farmacêuticos, foram totalmente perdidos.

O Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que presta atendimento e é referência no tratamento em Saúde Mental, que fica na rua Olívio Correia Pedrosa, no Centro, também teve perdas consideráveis.

“O atendimento nesses locais está suspenso, até que novas avaliações sejam realizadas pelas equipes que trabalham para que essas 535 famílias da cidade, atingidas por essas fortes chuvas, possam retomar suas vidas, restabelecendo o conforto de seus lares”, informou o Prefeito.

Mais prejuízos à saúde foram confirmados. Os prejuízos ao Almoxarifado Central, também na Rua Mizael Barcelos, na Vila do Sul, incluem os insumos hospitalares e beiram os R$ 8 milhões.

“Eram muitos itens recém-adquiridos, que estavam prontos para ser entregues à população. Segundo o secretário de Saúde, Emerson “Mosca” Gomes Alves, só em fraldas geriátricas, foram mais de R$ 20 mil perdidos. Diante dessas perdas que já conseguimos calcular, fica claro que só vamos consertar as pontes, limpar a cidade e ajudar as famílias, se houver auxílio de outras esferas e a cooperação dos cidadãos, que têm se mostrado empáticos, solícitos e solidários”, comentou Nirrô.

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Escolas destruídas na sede e na zona rural

Duas escolas da Vila do Sul foram severamente atingidas. O Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Carmem Pinto Nogueira da Gama perdeu tudo.

Boa parte dos móveis da Escola Municipal de Ensino Infantil e Ensino Fundamental (EMEIF) Professor Domingos Bravo Reinoso, antigo Pedro Simão, ficou comprometida.

Na zona rural do município, a Escola Municipal Unidocente de Ensino Fundamental Ensino Fundamental (EMUEF) Guido Mauri, para alunos da pré-escola, na localidade de Lagoa Seca, também foi atingida e não apresenta condições de que possa receber os alunos na segunda-feira (25).

Duas escolas particulares do bairro Vila do Sul também enfrentaram problemas com o volume de água.

O prefeito disse que pretende anunciar novas medidas ainda neste domingo (24), que incluem a avaliação da viabilidade do retorno às aulas em algumas unidades de ensino nas regiões atingidas.

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Abastecimento de água comprometido

O prefeito entrou no tema do abastecimento de água, dizendo que sua equipe já está avaliando a possibilidade dos munícipes, das localidades atingidas pelas chuvas, pagarem uma espécie de taxa mínima, junto ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), a autarquia responsável pelo abastecimento no município.

Além da Vila do Sul, outra localidade com problemas de abastecimento é Rive, por conta da barreira no local que capta as águas no distrito.

“Conseguimos um caminhão com a Cesan. A cidade de Jerônimo Monteiro também ajudou. O trabalho agora continua sendo para levar água potável, direto para a caixa d´água das residências, para que as pessoas possam retomar o básico da vida cotidiana”, agradeceu.

Ele reforça o pedido para que a população economize água. A Vila do Sul teve o abastecimento interrompido desde a manhã de sábado (23).

Previsão do tempo para este domingo

A previsão para este domingo (24) ainda é de chuva, portanto, a Prefeitura de Alegre recomenda que as pessoas tenham cuidado, se comuniquem, se ajudem e não hesitem em acionar a Defesa Civil e as demais autoridades.

“Toda ajuda se faz necessária”

Emerick explicou que solicitou apoio ao Governador do Estado, durante uma conversa ainda pela manhã pós-estrago. Renato Casagrande era presença confirmada na Feira Agro + Floresta, que seria realizada no sábado (23), no Ginásio de Esportes da cidade, mas foi suspensa devido ao alerta vermelho de chuva.

A Cesan, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-ES) e o Governo Federal também foram acionados.

A pedido do governador, o secretário de Estado do Meio Ambiente, Felipe Rigoni, esteve na cidade pela manhã, prestou solidariedade e se colocou à disposição da gestão municipal.

À noite, em transmissão ao vivo, o Deputado Federal Evair de Melo reconheceu o trabalho que Nirrô Emerick tem desenvolvido desde 2021, quando assumiu o Executivo municipal.

Nesse período, a cidade passou por pelo menos dois temporais equivalentes às últimas chuvas.

Segundo a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Estado (Cepdec), essas chuvas também atingiram cerca de duas mil pessoas e somaram prejuízos na ordem de R$ 20 milhões para comerciantes, população e cofres públicos, além de resultar na morte de um homem.

“O desafio da reconstrução é conjunto”

Nirrô também explicou que o decreto de Calamidade Pública serve para atestar que a população depende, neste momento, de auxílios que excedem o alcance da municipalidade.

“Diferente de outras situações de desastres naturais, em que se decreta Estado de Emergência. O decreto de Estado de Calamidade proporciona uma capacidade maior de resposta do Poder Público à crise que afeta a população. Depois de reconhecido pelo Governo Federal, o município terá acesso aos recursos federais de forma facilitada, pois infelizmente não conseguiríamos arcar sozinhos com perdas dessa dimensão”, esclareceu.

Já que toda ajuda é importante, a Prefeitura de Alegre recomenda às pessoas que tiveram suas casas inundadas, para registrar o máximo que puderem, com fotos ou vídeos, e procurar a Secretaria Executiva de Ação Social e Direitos Humanos (SEASDH) ou a Defesa Civil do município para oficializar os prejuízos.

O Governo do Estado conta com o Cartão Reconstrução, criado em 2020. O valor era R$ 3 mil para cada família afetada.

Todas as famílias atingidas pelas chuvas, residentes nos municípios que decretaram emergência ou calamidade pública, homologadas pelo Estado, têm direito.

As famílias precisam residir nas áreas afetadas e ter cadastro no CadÚnico, com dados atualizados nos últimos 24 meses; renda familiar de até três salários mínimos e ter os danos causados pelas chuvas comprovados pelos órgãos competentes, como a Defesa Civil ou a Secretaria Executiva de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH).

Solidariedade, trabalho, gratidão e resultados

Além de todo o trabalho técnico das equipes de servidores, comissionados e efetivos, foram montados quatro centros para o recebimento de doações na cidade.

Os pontos ficam no Centro de Referência e Assistência Social (CREAS), no bairro Campo de Aviação; na Igreja Batista do distrito de Celina, no Centro de Pastoral (antigo Decolores) e na Igreja Maranata do distrito de Rive.

Nirrô Emerick fez questão de agradecer à empresa responsável pela produção da Feira Agro + Floresta, que direcionou os alimentos que seriam consumidos durante o evento, que foi cancelado. Mais de 1.200 refeições foram servidas para famílias atingidas e voluntários.

Apoio de prefeitos da região e voluntários

O prefeito de Ibitirama, Ailton Vein, e Dores do Rio Preto, Cleudenir José de Carvalho Neto “Ninho”, designaram equipes de limpeza e caminhões-pipa. Nirrô agradeceu também aos empresários e por toda a ajuda em recursos e maquinários.

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