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Saúde e Bem-estar

Vício em jogos: entenda como o cérebro é afetado pelo problema

Vício em jogos é um transtorno tão perigoso quanto outros vícios para a sua qualidade de vida, explica o médico psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento

Por Redação

3 mins de leitura

em 27 de mar de 2024, às 11h41

Foto: FreePik

Os jogos sempre fizeram parte da sociedade, desde as suas formas mais rudimentares utilizadas há milênios atrás, até os jogos eletrônicos atuais. Assim, eles sempre foram uma forma de entretenimento e diversão bastante popular. Mas, apesar disso, quando usado em excesso os jogos podem se tornar vícios perigosos e afetar a saúde e qualidade de vida de qualquer pessoa.

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De acordo com o médico psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento, o vício em jogos é um transtorno e como tal precisa de tratamento especializado.

“O vício em jogos é um transtorno marcado pelo uso excessivo e compulsivo de jogos, em especial eletrônicos, que afeta a vida pessoal, social e profissional do indivíduo. Um dos principais motivos para a ocorrência desse vício está relacionado aos efeitos que os jogos têm sobre o cérebro, principalmente quando usados de forma excessiva”.

“Quando uma pessoa joga, ocorrem mudanças neuroquímicas no cérebro que podem ser semelhantes às observadas em outros tipos de vícios, como o vício em substâncias químicas. Durante o jogo, o cérebro libera neurotransmissores como dopamina, responsável pela sensação de prazer e recompensa. Com o tempo, o cérebro pode se tornar condicionado a associar os jogos a essas sensações de prazer, levando a um ciclo vicioso de uso compulsivo”, explica.

Como identificar os sintomas do vício em jogos?

O vício em jogos precisa ser diagnosticado por um profissional, mas para levar a isso é preciso observar alguns sintomas característicos, como:

  • Preocupação excessiva com jogos: O indivíduo pensa constantemente em jogar, planeja quando poderá jogar novamente e prioriza o tempo de jogo em detrimento de outras atividades;
  • Perda de controle: O jogador tem dificuldade em controlar o tempo gasto com jogos, mesmo quando tenta reduzir ou interromper o uso;
  • Necessidade de aumentar a quantidade de tempo de jogo: O jogador precisa de períodos de jogo cada vez mais longos para alcançar a mesma sensação de satisfação ou prazer;
  • Isolamento social: O jogador prefere passar tempo jogando em vez de se envolver em atividades sociais, o que pode levar ao afastamento de amigos e familiares.
  • Negligência de responsabilidades: O jogador negligencia obrigações pessoais, profissionais, educacionais, higiênicas ou familiares em favor do jogo;
  • Sintomas de abstinência: Quando não pode jogar, o jogador pode experimentar irritabilidade, ansiedade, agitação ou até mesmo depressão.

Como funciona o vício?

O tratamento para a doença pode variar bastante de acordo com a gravidade e características do próprio paciente, explica Dr. Flávio H. Nascimento.

“O tratamento para o vício em jogos geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar. A terapia cognitivo-comportamental pode ajudar o indivíduo a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento relacionados ao jogo. Mas, terapias de grupo e apoio familiar também são eficazes para fornecer suporte emocional”.

“Estratégias de gestão do tempo e desenvolvimento de habilidades sociais podem ajudar a reintegrar o indivíduo em atividades saudáveis. Além disso, programas de desintoxicação digital e medicamentos podem ser utilizados em casos mais graves. No entanto, o uso de cada uma dessas técnicas varia de acordo com o grau do vício e com o paciente”, afirma Dr. Flávio H. Nascimento.

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