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Saúde e Bem-estar

BBB24: você é vítima de gaslighting? Especialista ensina a identificar

Layla Freitas, advogada criminalista e pesquisadora em gênero e raça pela Ufes, esclarece que o termo gaslighting refere-se a uma forma insidiosa de violência psicológica

Por Redação

3 mins de leitura

em 22 de mar de 2024, às 11h35

Foto: Pexels

Nos últimos dias, o participante Davi tem provocado debates nas redes sociais após iniciar uma discussão com a participante Isabela, destacando que não gostou da maneira como ela o tratou após a realização da dinâmica. Por conta desse comportamento, o baiano tem sido acusado de gaslighting.

Embora no programa Big Brother eles sejam apenas amigos, na vida real, esse comportamento, quando aplicado de outras formas, pode até se configurar como crime. Você sabia que o gaslighting pode encaixar-se na Lei Maria da Penha?

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Layla Freitas, advogada criminalista e pesquisadora em gênero e raça pela Ufes, esclarece que o termo gaslighting refere-se a uma forma insidiosa de violência psicológica. Na qual o agressor manipula a percepção da vítima da realidade, levando-a a duvidar de sua sanidade mental de suas próprias memórias. “Esta prática, quando ocorre dentro do relacionamento, é reconhecida como uma das formas de violência doméstica, enquadrando-se nas disposições da Lei Maria da Penha”, explica Layla.

Dados no Espírito Santo

De acordo com dados alarmantes, o Espírito Santo é o 5° estado do país com a maior proporção de mulheres, com 18 anos ou mais, que são vítimas de violência psicológica, física ou sexual.

De acordo com a legislação, violência doméstica e familiar contra a mulher abrange qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause sofrimento. Ou seja, físico, sexual, psicológico, dano moral ou patrimonial. Segundo a especialista, o gaslighting se encaixa perfeitamente nesse contexto. Pois, mina a autoestima da vítima, induzindo-a a questionar sua própria lucidez e a validade de suas percepções.

Identificar esse tipo de agressão psicológica pode ser desafiador, uma vez que suas táticas são frequentemente sutis e manipuladoras. Layla destaca que geralmente a vítima é culpabilizada e rotulada como “louca”, enquanto o agressor mantém uma postura de convicção em suas mentiras. “Isso cria uma dinâmica de dependência emocional da vítima em relação ao agressor, tornando ainda mais difícil romper o ciclo de abuso”, explica. 

Segunda a advogada, comprovar documentalmente a violência psicológica pode ser um desafio, pois muitas vezes ocorre de forma oral e privada. “Nesses casos, mensagens de texto e voz podem servir como evidência, assim como testemunhas que presenciaram o abuso”.

Layla ressalta também que é crucial acreditar na palavra da vítima, especialmente quando se trata de violência doméstica, onde os casos muitas vezes acontecem em segredo. “Nesse contexto, a voz da vítima deve ser levada a sério”, completa.

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