Cigarro eletrônico: veja qual o único risco que ele pode trazer
Nicotina é a principal substancia que causa vício no cigarro eletrônico
Na ultima sexta-feira (19), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), decidiu, por unanimidade, manter a proibição da fabricação, importação e comercialização de cigarros eletrônicos.
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Mas, afinal, qual os riscos do cigarro eletrônico para saúde do usuário? A médica pneumologista da Unimed Sul Capixaba, Edna Fassarella, respondeu perguntas frequentes sobre o uso do vape.
Quais os principais riscos para saúde?
A curto prazo, os riscos se resumem a dependência que a nicotina causa em seus usuários, principalmente em crianças, jovens e grupos vulneráveis. “Os cigarros eletrônicos não estão isentos de riscos. Porém, não temos um trabalho de longo prazo para provar que realmente faz mal”, frisou a médica.
Quais os órgãos mais afetados?
“Pulmões, sistema cardiovascular, sistema gastrointestinal, boca, garganta e sistema nervoso, o último, pela dependência do uso do cigarro eletrônico”, ressaltou Edna.
Cigarro eletrônico causa mais danos a saúde do que o convencional?
“Ainda não temos uma resposta clara, a longo prazo. Há relatos de uma doença chamada EVALI, que já afetou 2.700 pessoas nos Estados Unidos, com 68 óbitos. No Brasil, a relatos de pelo menos 600 casos e sete óbitos, até o momento”, disse a pneumologista.
Quais são os danos a curto prazo?
Segundo Edna, além de doenças respiratórias, como asma e rinite. O vape acaba atraindo pessoas que nunca fumaram, para o vício. “Elas acabam sendo atraídas pelo cigarro eletrônico. Aromas agradáveis, sabores variados, inovação e tecnologia. A curto prazo, estimular o uso do cigarro convencional e a disseminação de doenças respiratórias são os principais danos”.
O que causa o vício?
Nicotina é a principal substancia que causa o vício no cigarro eletrônico. “Nas crianças e nos jovens, a nicotina pode ser trágica. Uma vez que eles não tem uma formação psicológica ainda. Assim, podendo estimular o uso do cigarro convencional e outras drogas. Ou seja, é uma abertura muito grande para a dependência química”, ressaltou a médica da Unimed Sul Capixaba.
Relatos
A pneumologista contou que já recebeu um paciente de 14 anos, junto com seus pais, cheios de dúvidas sobre proibir ou não o uso do cigarro eletrônico para o jovem. Já dependente, o adolescente fumava dia e noite, sem parar. “Ansioso, ele viu no cigarro eletrônico uma forma de fuga. O produto já estava vazio, mas ele ainda inalava”.
Segundo a médica, alguns fumantes, já adultos, foram até ela com o interesse de substituir o cigarro convencional pelo eletrônico.
“É importante conscientizar a todos, principalmente os jovens e seus pais. Não se sabe muito ainda sobre o produto, só que ele tem a cara nova. Assim como foi o cigarro tradicional, por volta de 100 anos atrás. Na época, era atrativo, charmoso, e ainda não havia nenhum estudo sobre os males. Hoje, a gente sabe o mal que faz. Os danos que a nicotina causam, o principal produto do cigarro eletrônico, são bem conhecidos. Se não houver proibição, nos iremos reverter em pouco tempo o sucesso de décadas das politicas de combate ao tabagismo, que foi obtida pelo programa nacional de combate ao tabagismo. Com certeza, eu sou a favor da proibição”, finalizou a médica pneumologista, Edna Fassarella.
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