Maconha liberada no futebol? Entenda se decisão do STF afeta o antidoping
Apesar da decisão, isso não significa que a planta foi liberada e haverá comércio legalizado da droga

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria na terça-feira para descriminalizar o porte de maconha no País, se for para consumo próprio, e em quantidades que ainda serão decididas pela Corte. Apesar da decisão, isso não significa que a planta foi liberada e haverá comércio legalizado da droga. Ligas esportivas, como o UFC e a NBA, liberaram o consumo recreativo da planta. Mas, afinal, o que as regras do futebol brasileiro dizem sobre o uso da substância?
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiA Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem como base as normas da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). No entanto, a UFC e NBA não aderem à Wada, por exemplo. Apesar da nova determinação do STF, uma fonte da entidade máxima do futebol brasileiro afirmou à reportagem que o código é soberano e deve ser respeitado mesmo com uma eventual liberação da maconha no País.
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A primeira lista de substâncias proibidas pela Wada foi publicada em 2004, visando os Jogos Olímpicos de Atenas-2004, e põe como responsabilidade do jogador (a) que seu corpo não entre em contato (voluntariamente ou involuntariamente) com qualquer substância ou método proibido. O limite de substâncias relacionadas à maconha na urina é de 180 nanogramas.
De acordo com a Wada, todos os canabinóides naturais e sintéticos são proibidos. Por exemplo, a cannabis (haxixe, maconha) e produtos de canabis; tetrahidrocanabinóis naturais e sintéticos (THCs); e canabinóides sintéticos que imitam os efeitos do THC.
Maconha liberada no futebol?
A exceção é o canabidiol (CBD), substância extraída da maconha usada para fins medicinais para tratamento de algumas doenças. Aliás, o uso no Brasil, porém, é restrito. Em 2023, resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), determinou que os médicos só podem prescrever o CBD para tratar epilepsias na infância e na adolescência.
Aliás, o canabidiol já é popular entre os esportistas. Atletas, como a jogadora de futebol Megan Rapinoe, o skatista Pedro Barros, o maratonista Daniel Chaves e o tenista Bruno Soares, já alegaram utilizar da substância na forma de creme.
Maconha proibida
A maconha foi mantida entre as substâncias proibidas pela Wada na atualização da lista divulgada no ano passado. Apesar da pressão externa para o fim do veto à planta, a Comissão Executiva da entidade entende que o THC, por ter propriedades psicoativas, representa risco à saúde neurológica do atleta. Portanto, violando assim o espírito do esporte.
Segunda a Wada, novos estudos serão feitos para tentar definir o impacto neurológico causado pelo THC. Se a substância realmente afeta na melhoria do desempenho de um atleta de alto rendimento. A entidade afirmou que a lista é montada após uma série de reuniões e consultorias com especialistas. Sendo assim, é aprovada pelo Comitê de Saúde, Medicina e Pesquisa (HMR) da agência.
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