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Política

PL do Aborto: Câmara recua e terá comissão para discutir projeto em agosto

Lira afirmou que não é praxe da Câmara votar assuntos importantes sem debates e afirmou que a discussão sobre o PL do aborto "deve ocorrer de forma ainda mais ostensiva e clara"

Por Estadão

3 mins de leitura

em 19 de jun de 2024, às 11h11

Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados
Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou ontem a formação de uma “comissão representativa” para debater o PL do Aborto, após a repercussão negativa do projeto que equipara o ato ao crime de homicídio após 22 semanas de gestação. No entanto, Lira não especificou como o grupo será formado e informou que o seu funcionamento será decidido em agosto.

“O colégio de líderes deliberou debater esse tema de maneira ampla no segundo semestre, com a formação de uma comissão representativa”, declarou Lira. “Todas as forças políticas, sociais, participarão desse debate, sem pressa e sem qualquer tipo de açodamento”, acrescentou.

Sendo assim, o comunicado ocorreu no salão verde da Câmara, ao lado de todos os líderes partidários. Entre os presentes, estava a coordenadora-geral da Secretaria da Mulher, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ).

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Contudo, Lira afirmou que não é praxe da Câmara votar assuntos importantes sem debates e afirmou que a discussão sobre o PL do aborto “deve ocorrer de forma ainda mais ostensiva e clara”. Aliás, o deputado disse que não haverá retrocessos em avanços já garantidos nem “danos às mulheres”. “Nós não governamos sozinhos, essa narrativa não é verdadeira. As decisões na Câmara não são monocráticas.”

PL do Aborto

Segundo defensores do projeto, o presidente da Câmara sinalizou que não arquivará o chamado PL do Aborto, mas não indicou uma data para votação. Também está pendente a designação de um relator para o projeto.

No entanto, líderes favoráveis ao projeto têm defendido que seja uma mulher de centro. Benedita teria sido uma das cotadas por ser evangélica, mas ser de esquerda é algo visto com um impeditivo.

Parlamentares críticos ao projeto, por sua vez, creem que o adiamento do projeto para o segundo semestre deve enfraquecer a discussão, por se tratar de um período eleitoral.

Mudança de Rito

No entanto, Arthur Lira também propôs às lideranças partidárias da Casa que a análise de urgências para a tramitação de projetos seja feita de forma mais criteriosa. Aliás, a ideia é que os requerimentos apresentados na reunião do Colégio de Líderes só sejam apreciados no plenário na semana seguinte.

No caso do aborto, a aprovação ocorreu na mesma semana, após cinco segundos de análise em plenário. Na sequência, houve mobilização nas redes sociais e nas ruas – tendo Lira como um dos principais alvos dos atos. Nos bastidores, interlocutores de Lira diziam que não é do interesse dele aprovar o projeto. A ideia, segundo os aliados, era somente fazer um aceno à bancada evangélica quando se aproxima sua sucessão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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