Dono de circo, morador de Jerônimo Monteiro já criou leoa no quintal de casa
Na época da proibição dos animais em circos, Jorge tinha uma leoa e teve que ficar com ela no quintal de sua casa, em Jerônimo Monteiro - ES
Jorge Luiz Robatini chegou ao mundo direto para o picadeiro. Ele conta que 58 anos atrás, sua mãe, uma artista circense vinda do Chile, entrou em trabalho de parto debaixo da lona do circo. Ele nasceu no estado de Minas Gerais, mas já rodou o Brasil inteiro fazendo espetáculos. A vida na estrada é uma tradição de décadas na família. Segundo Jorge, seu bisavô veio da Itália em um navio carregado com materiais de circo. De lá pra cá, hoje já são 5 gerações vivendo desta arte.
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Assim como o bisavô, o avô e o pai de Jorge passaram a tradição para frente, ele também segue mantendo-a. Seu circo atual leva o nome D’Karllys, em homenagem ao seu filho mais novo, Karllys Robatini. Karllys tem 15 anos e trabalha no circo do pai fazendo vários números diferentes. A esposa, Eliana de Souza, também já trabalhou por muitos anos e continua contribuindo, mesmo com um problema de saúde atual.
A família tem residência fixa em Jerônimo Monteiro – ES porque foi na cidade, em uma das idas de Jorge com o circo, que ele conheceu Eliana. Contudo, eles passaram a maior parte dos últimos anos rodando por todo o país com os espetáculos. Jorge diz que o artista circense tem essa paixão “na veia”, tanto pelas apresentações, quanto pela rotina nas estradas. Segundo ele, todos de sua casa e grande parte de sua família não trocam a vida do circo por um emprego fixo, por exemplo.
Contando com todas as gerações desde o início desta tradição, Jorge acredita que a família Robatini já soma cerca de 15 circos.
Os animais do circo
Jorge brinca que todo mundo inicia no circo como palhaço e quando envelhece volta para o mesmo papel. Ele conta que assim começou. Com 5 anos ele já era palhaço no circo do seu pai. Todavia, sempre teve uma forte ligação com os animais. Sendo assim, quando foi ficando mais adulto já começou a fazer números com os bichos.
O artista circense já fez apresentações com ursos selvagens, macacos, e conta que já entrou em jaulas com 5 leões. Jorge diz que apesar de ter sido atacado algumas vezes, os animais eram bem tratados e que ele tinha sentimentos pelos mesmos. Entretanto, após anos trabalhando com os bichos, a prática foi proibida no Brasil e hoje ele só se apresenta com animais de pequeno porte, como cachorros e gatos.
Na época da proibição dos animais em circos, Jorge tinha uma leoa e teve que ficar com ela no quintal de sua casa, em Jerônimo Monteiro, por quase um ano. Após esse período, conseguiu com que o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) fizesse o resgate do animal.
Dificuldades e futuro no circo
Mesmo com a paixão pela vida no circo, Jorge conta das dificuldades enfrentadas pelos artistas desta profissão. Segundo ele, de 30 anos pra cá, o movimento nos espetáculos vêm diminuindo porque as opções de lazer das pessoas foram aumentando. Além disso, de acordo com Jorge, há pouco incentivo por parte dos órgãos públicos e muita burocracia quando chegam para se apresentar nos municípios.
Todavia, ele e a família vêm tentando se reinventar. No momento eles estão parados há alguns meses em Jerônimo Monteiro porque Jorge está cuidando da saúde. Sendo assim, eles vão para as festas e eventos vender comidas de circo como algodão doce, pipoca e maçã do amor. Jorge diz que eles não veem a hora de voltar para as estradas.
Agora, quando o Circo D’Karllys voltar às apresentações, você que leu e conheceu um pouco da história desta família, também é um convidado para assistir de perto o espetáculo!
Serviço – Circo D´Karllys – Jerônimo Monteiro
Instagram: @circo.dkarllys
Telefone: 28 98116-4805
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