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Nacional

Vacina de chikungunya para adultos e adolescentes pode chegar ao Brasil

Imunizante foi recentemente licenciado nos EUA para indivíduos com 18 anos ou mais e a pesquisa estende aplicação para a faixa adolescentes

Por Redação

3 mins de leitura

em 04 de out de 2024, às 09h39

Foto Divulgação/Fiocruz/Agência Gov
Foto Divulgação/Fiocruz/Agência Gov

Um estudo concluiu que a vacina viva atenuada contra a chikungunya, VLA1553, é segura e induziu títulos soroprotetores em adolescentes em áreas endêmicas. O ensaio clínico, que ocorreu em dez centros do Brasil, teve a condução do Instituto Butantan, que licenciou a vacina fabricada pelo laboratório europeu Valneva para produção e distribuição na América Latina. O trabalho teve a participação do pesquisador da Fiocruz Bahia, Edson Duarte, e os resultados foram publicados na Lancet Infectious Diseases.

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Esse foi o primeiro estudo da vacina VLA1553 a incluir adolescentes e indivíduos soropositivos para chikungunya numa área endêmica. O imunizante foi recentemente licenciado nos EUA para indivíduos com 18 anos ou mais e a pesquisa estende essa faixa de adultos a adolescentes.

Para o ensaio, os especialistas acompanharam 754 adolescentes saudáveis, entre fevereiro de 2022 e março de 2023, após 28 dias da vacinação por via intramuscular em dose única. Destes, 502 receberam a vacina e 252 placebo. Quase todos os participantes que receberam o imunizante tiveram resposta imunológica alta e sustentada contra o vírus.

Resultados

Em participantes que não receberam exposição ao vírus da chikungunya antes de receber o imunizante, a VLA1553 induziu proteção em 98,8%. Já nos adolescentes que tiveram infecção por chikungunya anteriormente, a taxa de soroproteção inicial de 96,2% aumentou para 100% após a vacinação.

A ocorrência de eventos adversos foi menor em participantes que já tiveram chikungunya em comparação com os que eram soronegativos no início do estudo. Mais de 90% dos eventos foram de intensidade leve ou moderada, como dor de cabeça, dor no corpo, fadiga e febre. Ademais, quatro eventos adversos graves foram relatados. Três desses foram no grupo que recebeu a vacina e um foi no grupo placebo, sendo um deles possivelmente relacionado à vacina, que foi febre alta.

Entre 20 eventos adversos de interesse especial, que são de sintomas sugerindo doença semelhante à chikungunya, 15 foram relatados no grupo que recebeu a vacina e um no grupo placebo. Quatro participantes relataram ter sintomas graves, como, por exemplo, febre, dor de cabeça ou dores nas articulações.

Quem serão os próximos no teste da vacina?

O estudo fornece dados tranquilizadores de segurança e tolerabilidade para uso em populações com exposição à chikungunya e infecção, mas ainda é necessário um conjunto maior de dados nesse grupo.

Por fim, os pesquisadores avaliam que para ampliar o conhecimento quanto à segurança e à capacidade de a vacina gerar proteção, adultos com condições médicas e crianças devem ser as próximas populações do estudo a ser investigadas.

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