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Nacional

G 20: por que Lula teme a participação do presidente da Argentina no evento?

A iniciativa busca mobilizar as principais economias do mundo para enfrentar uma das questões mais urgentes da atualidade.

Por Redação

3 mins de leitura

em 18 de nov de 2024, às 10h42

 Foto: Jorge William/G20
Foto: Jorge William/G20

O Brasil assumiu um papel de destaque no cenário internacional ao lançar, nesta segunda-feira (18), durante o encontro do G20, no Rio de Janeiro, a proposta da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. A iniciativa busca mobilizar as principais economias do mundo para enfrentar uma das questões mais urgentes da atualidade. Porém, enfrenta desafios significativos, incluindo a resistência à ideia de taxar grandes fortunas em escala global.

Por que diplomatas brasileiros temem a presença do presidente da Argentina no encontro?

De acordo com o portal G1, o presidente da Argentina, Javier Milei, é visto por diplomatas brasileiros como um possível obstáculo nas negociações. Milei, conhecido por suas posições ultraliberais, pode agir alinhado ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. O presidente eleito já demonstrou oposição a propostas de taxação global.

Esse alinhamento poderia dificultar o fechamento do texto final da cúpula, especialmente na questão-chave da proposta brasileira: a taxação global de grandes fortunas. O Brasil sugere um imposto de 2% sobre fortunas acima de US$ 50 milhões. Tal medida, segundo o economista francês Gabriel Zucman, poderia arrecadar US$ 250 bilhões por ano para financiar programas de combate à fome e à pobreza.

Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza

A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza é a principal bandeira da presidência brasileira no G20. A iniciativa visa unir esforços internacionais para erradicar a fome, que atinge mais de 700 milhões de pessoas no mundo, segundo a ONU.

Para financiar esse programa, o Brasil propõe a criação de um tributo internacional sobre grandes fortunas. Apesar do potencial arrecadatório, a proposta enfrenta resistências significativas de economias desenvolvidas, como Estados Unidos e Reino Unido, que questionam a viabilidade política e técnica da medida.

Resistências à Taxação Global

A ideia de uma taxação global esbarra em dois grandes obstáculos:

  1. Oposição de países desenvolvidos: Governos conservadores temem que a taxação afugente investimentos e enfraqueça a competitividade econômica.
  2. Consenso no G20: A aprovação de medidas como esta requer um consenso entre os países membros, o que torna o processo complexo, especialmente com líderes contrários à ideia.

A posição de Javier Milei, que defende políticas econômicas de extrema desregulamentação, pode influenciar negativamente o debate, alinhando-se à oposição de Trump e outros líderes conservadores.

O Futuro da Presidência Brasileira no G20

A proposta da Aliança Global reflete o desejo do Brasil de assumir protagonismo no debate sobre desigualdade e fome. No entanto, o sucesso da iniciativa dependerá da habilidade diplomática do governo brasileiro em negociar com líderes de diferentes espectros políticos, superar resistências e garantir que o tema permaneça no centro da agenda global.

Assim, o G20 no Rio de Janeiro marca um momento decisivo para o Brasil e para a luta contra a pobreza, mas o caminho para transformar a proposta em realidade será desafiador, exigindo articulação e compromisso dos líderes globais.

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