O Brasil assumiu um papel de destaque no cenário internacional ao lançar, nesta segunda-feira (18), durante o encontro do G20, no Rio de Janeiro, a proposta da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. A iniciativa busca mobilizar as principais economias do mundo para enfrentar uma das questões mais urgentes da atualidade. Porém, enfrenta desafios significativos, incluindo a resistência à ideia de taxar grandes fortunas em escala global.
Por que diplomatas brasileiros temem a presença do presidente da Argentina no encontro?
De acordo com o portal G1, o presidente da Argentina, Javier Milei, é visto por diplomatas brasileiros como um possível obstáculo nas negociações. Milei, conhecido por suas posições ultraliberais, pode agir alinhado ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. O presidente eleito já demonstrou oposição a propostas de taxação global.
Esse alinhamento poderia dificultar o fechamento do texto final da cúpula, especialmente na questão-chave da proposta brasileira: a taxação global de grandes fortunas. O Brasil sugere um imposto de 2% sobre fortunas acima de US$ 50 milhões. Tal medida, segundo o economista francês Gabriel Zucman, poderia arrecadar US$ 250 bilhões por ano para financiar programas de combate à fome e à pobreza.
Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza
A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza é a principal bandeira da presidência brasileira no G20. A iniciativa visa unir esforços internacionais para erradicar a fome, que atinge mais de 700 milhões de pessoas no mundo, segundo a ONU.
Para financiar esse programa, o Brasil propõe a criação de um tributo internacional sobre grandes fortunas. Apesar do potencial arrecadatório, a proposta enfrenta resistências significativas de economias desenvolvidas, como Estados Unidos e Reino Unido, que questionam a viabilidade política e técnica da medida.
Resistências à Taxação Global
A ideia de uma taxação global esbarra em dois grandes obstáculos:
- Oposição de países desenvolvidos: Governos conservadores temem que a taxação afugente investimentos e enfraqueça a competitividade econômica.
- Consenso no G20: A aprovação de medidas como esta requer um consenso entre os países membros, o que torna o processo complexo, especialmente com líderes contrários à ideia.
A posição de Javier Milei, que defende políticas econômicas de extrema desregulamentação, pode influenciar negativamente o debate, alinhando-se à oposição de Trump e outros líderes conservadores.
O Futuro da Presidência Brasileira no G20
A proposta da Aliança Global reflete o desejo do Brasil de assumir protagonismo no debate sobre desigualdade e fome. No entanto, o sucesso da iniciativa dependerá da habilidade diplomática do governo brasileiro em negociar com líderes de diferentes espectros políticos, superar resistências e garantir que o tema permaneça no centro da agenda global.
Assim, o G20 no Rio de Janeiro marca um momento decisivo para o Brasil e para a luta contra a pobreza, mas o caminho para transformar a proposta em realidade será desafiador, exigindo articulação e compromisso dos líderes globais.
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