Só foi passar o período eleitoral para as ‘máscaras’ do Executivo Municipal de Guaçuí, no Caparaó, vir ao chão. O jargão utilizado durante a campanha política de homem mais honesto – ‘H x H’, do atual prefeito de Guaçuí, Marcos Luiz Jauhar (Podemos), que buscou a reeleição, mas foi derrotado nas urnas por Vagner Rodrigues (PP), não colou.

Com as contas no vermelho, e sem condições de pagar sequer as rescisões dos servidores comissionados e sem um norte administrativamente, o prefeito resolveu apelar para o poder Legislativo. Mas invés de buscar o diálogo junto aos vereadores, o prefeito resolveu articular uma manifestação na Câmara. Em uma mensagem que circula nas redes sociais, fica clara a intenção do chefe do Executivo em realizar um movimento junto aos servidores com cargos comissionados, para pressionar os vereadores da Câmara de Guaçuí a devolver o duodécimo para tentar quitar as pendências.

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Além dos servidores que poderão ser impactados pelo não pagamento das rescisões, diversos fornecedores da Prefeitura também estão há meses sem receber. Diante da falta de gestão e articulação política, Jauhar se encontra isolado e, ao ver, sem rumo para findar o mandato.

Bate-boca

Durante a Sessão da Câmara realizada na noite desta segunda-feira (18), os vereadores chegaram a ‘bater boca’, quando o vereador Wanderley de Moraes Faria (União), que é Tesoureiro da Casa de Leis, alegou ter mais de R$ 1 milhão em conta e que poderia ser devolvido para o prefeito pagar as pendências junto aos servidores.

“Eu peço, senhor presidente […], peço a vossa excelência que possamos ser a solução do problema e não mais um problema. Não me importa o que o prefeito fez ou deixou de fazer, eu não quero encerrar meu mandato senhor presidente, ciente de que eu como tesoureiro sei que tem mais de R$ 1 milhão. Esse dinheiro não vai chegar no comércio, na padaria, não vai chegar no supermercado, ele está preso e retido aqui na Câmara por venda partidária aguardando o próximo governo”, disse Wanderley.

Prefeito foi alertado

Diante das falas de Wanderley, o presidente da Câmara, Valmir Santiago (PP), frisou que a Casa não é responsável pelos equívocos realizados pelo prefeito nas contas do município. “O senhor assinou várias vezes esses alertas ao prefeito de que ele estaria gastando acima do que era possível. Como a responsabilidade dele ter gastado errado é daqui? Como? Como a responsabilidade dele ter gastado acima do que tinha é daqui? O dinheiro é da Câmara, e não tem milhões como a secretária colocou que é para devolver os milhões da Câmara, não tem. E tem a responsabilidade de pagar o que acontece aqui dentro da Câmara também”, disse.

Câmara ON, Prefeitura OFF

Valmir Santiago, que teve suas contas aprovadas como presidente da Câmara no exercício de 2023, ainda frisou que a atual composição da Casa não foi e não será nenhum puxadinho de prefeito. “Puxadinho de prefeito não teve nesse mandato e não vai ter no outro não. Eu só estou tendo a responsabilidade de segurar um recurso que pertence, sim, ao município, mas pertence à Câmara de Vereadores. É o dinheiro que sobe de lá para fazer as despesas da Câmara. Se lá ele gastou acima do que ele tinha, a responsabilidade não é minha não. A responsabilidade é dele. Quem é o prefeito é ele. Quem é o chefe do Executivo é ele. Agora, serei eu que tenho responsabilidade do erro dos outros? Não, não! O senhor me desculpa. O recurso é da Câmara e será devolvido na hora certa. Eu queria que as pessoas que estiveram aqui na hora que ele prestou conta dizendo que estava tudo certo, que tinha dinheiro sobrando, porque teve aqui a prestação de contas falando que estava tudo bem”, finalizou Santiago.

Cara de pau

Ao descer da Tribuna, Wanderley foi alvo de críticas por parte do vereador Júlio Maria Heitor (Republicanos), que disse ser necessário que o mesmo comprasse óleo de peroba para passar no rosto. “Wanderley, arruma um litro de óleo de peroba para passar na sua cara. Um litro de óleo de peroba para passar na sua cara de pau. Vai falar no Amazonas, rapaz”.

O portal AQUINOTICIAS.COM, entrou em contato com o prefeito Marcos Luiz Jauhar para que ele pudesse se manifestar diante dos fatos ocorridos. Porém, até a publicação desta matéria, não obtivemos retorno. Assim que tivermos uma devolutiva, a pauta será atualizada.