Parceria entre empresa francesa e cooperativa fortalece economia em Muqui
A parceria trás benefícios significativos às populações locais, desde o aumento da renda por meio de maiores rendimentos até a criação de empregos industriais bem remunerados em áreas rurais, impactando também positivamente o meio ambiente.
Uma parceria entre a empresa NetZero, green tech franco-brasileira focada no uso de biochar e a Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Espírito Santo (Cafesul), em Muqui, visa combater as mudanças climáticas e tornar a agricultura mais sustentável. Além disso, a união fortalece a economia regional.
No último dia 18, uma reunião que contou com a presença de dezenas de produtores de café e autoridades, inclusive com o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Enio Bergoli.
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Pedro de Figueiredo, cofundador e CEO da NetZero no Brasil, afirmou que a parceria com a cooperativa é relevante para a região. “Para nós, é uma alegria poder firmar esta importante parceria com uma cooperativa tão relevante para a região quanto a Cafesul. A NetZero tem entre os seus propósitos fortalecer a agricultura sustentável, por meio do descarte sustentável de resíduos, e incentivar o desenvolvimento rural, e essa parceria é a materialização disso”, afirmou Pedro.
O evento que ocorreu na sede da cooperativa, trata-se do primeiro contrato de biomassa com a Cooperativa Cafesul, que conta mais de 180 associados e é ligada a inúmeras associações com centenas de cooperados.
Fábrica em Brejetuba
A NetZero atua desde abril de 2023, em Lajinha, no Estado de Minas Gerais, na produção de biochar no Brasil – em junho, inaugurou sua segunda fábrica, desta vez em Brejetuba, Sul do Espírito Santo. Nas duas unidades, em parceria com a cooperativa Coocafé, a empresa recolhe as cascas de café de produtores associados e as utiliza como sua matéria-prima. Em troca, o cafeicultor recebe gratuitamente parte do biochar que é feito a partir de suas cascas e compra o restante próximo a um preço subsidiado.
Recentemente, a NetZero anunciou os primeiros resultados agronômicos do uso de biochar na produção de café arábica. Os dados apontam um aumento, em média, de mais de 20% na produtividade desse tipo de lavoura. O estudo, conduzido pela empresa em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), foi realizado em fazendas dos municípios de Lajinha (MG), Mutum (MG), Martins Soares (MG) e Afonso Cláudio (ES), aplicando biochar em lavouras já implantadas. A NetZero também tem realizado vários testes em cafeeiros recém-plantados com resultados significativos no desenvolvimento e na resiliência das plantas.
Esponja de carbono
Condicionador do solo que atua como uma poderosa “esponja de carbono”, o biochar ajuda na retenção de água e nutrientes no solo, contribuindo também para a luta contra as emissões de carbono e as mudanças climáticas. É uma solução reconhecida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) por armazenar no solo, por milhares de anos, o carbono inicialmente capturado pelas plantas na atmosfera por meio da fotossíntese. Na produção de café, o uso do biochar pode reduzir em até ⅓ a aplicação dos fertilizantes químicos no solo e, ainda assim, aumentar a produtividade média das culturas. Vários estudos identificaram o biochar como uma das soluções com maior potencial global para tornar a agricultura simultaneamente mais produtiva e mais sustentável.
Os projetos trazem benefícios significativos às populações locais, desde o aumento da renda por meio de maiores rendimentos até a criação de empregos industriais bem remunerados em áreas rurais, impactando também positivamente o meio ambiente.
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