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Sem mãe? Cientistas criam ser vivo a partir de dois individuos machos

Pesquisadores concentraram seus esforços em um conjunto específico de genes essenciais para a reprodução, o que permitiu superar essas barreiras.

Por Redação

3 mins de leitura

em 30 de jan de 2025, às 13h17

Foto: Reprodução/Unsplash
Foto: Reprodução/Unsplash

Utilizando engenharia genética em células-tronco embrionárias, cientistas chineses desenvolveram um camundongo bipaternal, ou seja, gerado a partir de dois pais do sexo masculino. Os resultados desse experimento foram divulgados na última terça-feira (28), evidenciando que o animal sobreviveu até a idade adulta.

Em pesquisas anteriores, tentativas de criar camundongos bipaternais não tiveram sucesso, pois os embriões interrompiam seu desenvolvimento após determinado estágio. Esse mesmo desafio também ocorre com filhotes originados de duas mães.

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Dessa vez, no entanto, os pesquisadores concentraram seus esforços em um conjunto específico de genes essenciais para a reprodução, o que permitiu superar essas barreiras. Liderados por Wei Li, da Academia Chinesa de Ciências (CAS) em Pequim, os cientistas modificaram genes de imprinting, que desempenham um papel fundamental na regulação da expressão genética.

Segundo o coautor Qi Zhou, as características únicas desses genes fazem com que eles sejam uma barreira natural à reprodução unissexual em mamíferos. No entanto, o experimento revelou limitações. Apenas 11,8% dos embriões considerados viáveis chegaram ao nascimento e, além disso, alguns filhotes que nasceram não sobreviveram até a idade adulta devido a defeitos no desenvolvimento. Entre os que atingiram essa fase, a maioria apresentou crescimento anormal e uma expectativa de vida reduzida. Além disso, todos os adultos eram estéreis, embora demonstrassem uma eficiência de clonagem superior.

Estratégias e resultados do estudo

Para alcançar esses resultados, a equipe modificou individualmente 20 genes-chave de imprinting, aplicando diferentes técnicas de edição genética. Essa abordagem permitiu não apenas a criação de animais bipaternais com maior longevidade, mas também a obtenção de células-tronco com uma pluripotência mais estável.

Conforme destacou Guan-Zheng Luo, coautor correspondente da Universidade Sun Yat-sen em Guangzhou, essa técnica pode melhorar significativamente o desenvolvimento de células-tronco embrionárias e a clonagem de animais. Além disso, abre novas possibilidades para o avanço da medicina regenerativa.

Perspectivas futuras

Os pesquisadores agora planejam continuar investigando como a modificação dos genes de imprinting pode contribuir para a geração de embriões mais saudáveis. No futuro, pretendem expandir essa abordagem experimental para espécies de maior porte, como macacos.

De acordo com Wei Li, essa pesquisa ajudará a superar diversas limitações na área de células-tronco e medicina regenerativa. No entanto, ainda não está claro como essas descobertas poderão beneficiar os seres humanos. Isso ocorre porque as diretrizes éticas da International Society for Stem Cell Research proíbem tanto a edição hereditária do genoma para fins reprodutivos quanto a utilização de gametas derivados de células-tronco humanas para reprodução, devido aos riscos envolvidos.

Com informações de Revista Galileu

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