Economia

Produtos capixabas ganham mais valor no exterior

Em janeiro, o Espírito Santo apresentou uma movimentação total do comércio exterior de cerca de 1,83 bilhão de dólares. Isso representou um leve recuo de 2,5% na movimentação em relação a dezembro de 2024.

Por Redação

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em 24 de fev de 2025, às 18h09

Foto: Reprodução/Fecomércio
Foto: Reprodução/Fecomércio

Preço das exportações capixabas cresceu 4,3% e o das importações caiu 3,7% em janeiro ao ser comparado ao mesmo período de 2024

Levantamento do Connect Fecomércio-ES aponta que os produtos capixabas estão valendo mais no exterior. O preço das exportações do Espírito Santo cresceu 4,3% e o das importações caiu 3,7% em janeiro ao ser comparado com o mesmo mês do ano passado.

Os termos de troca do Espírito Santo, que indicam a relação entre os preços de exportação e importação, aumentaram 8,4% em janeiro em comparação com 2024. Isso significa que o estado pode comprar mais importações por cada unidade exportada. Esse crescimento reflete um ganho de poder de compra, fortalecimento econômico e maior competitividade internacional.

Esses termos são influenciados pela demanda global, custos de produção, taxa de câmbio e acordos de pagamento. Se os preços dos produtos exportados aumentam em relação aos importados, a relação de troca melhora, o que é vantajoso para o exportador.

As análises são do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo). Elas são baseadas nos dados do Comex Stat, sistema oficial para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens.

Os termos de troca capixabas apresentaram o quinto melhor resultado entre os estados brasileiros na comparação entre janeiro de 2025 e janeiro de 2024. A alta de 4,3% no preço das exportações foi a segunda melhor do país, ficando atrás somente do Amazonas.

A coordenadora de pesquisa do Observatório do Comércio, o Connect Fecomércio-ES, Ana Carolina Júlio, explicou que os termos de troca podem ser influenciados pelos preços das importações e das exportações. Se o preço dos produtos exportados aumenta, os termos de troca tendem a melhorar. Além disso, são influenciados pelas mudanças na oferta e na demanda dos produtos, o que pode encarecer ou baratear os itens, pela tecnologia e inovação, que agregam mais valor às mercadorias, e pela valorização ou desvalorização da taxa de câmbio. O enfraquecimento da moeda local pode tornar as exportações mais competitivas e melhorar os termos de troca.

Em janeiro, o Espírito Santo apresentou uma movimentação total do comércio exterior de cerca de 1,83 bilhão de dólares. Isso representou um leve recuo de 2,5% na movimentação em relação a dezembro de 2024. Houve um volume de cerca de 900 milhões de dólares em exportações e 930 milhões de dólares em importações.

Produtos exportados e importados

O principal destaque das exportações capixabas em janeiro foi o minério de ferro e seus concentrados, que liderou o ranking com 223,9 milhões de dólares. Isso representou 24,79% do total exportado no mês.

“Além do minério de ferro ser importante para a pauta exportadora capixaba,” disse Ana Carolina Júlio, “a capacidade instalada de portos como terminal de Tubarão (especializado na exportação de minério de ferro), reforça a vocação do Espírito Santo como um importante polo de escoamento da produção mineral nacional. Especialmente para países com alta demanda industrial, como a China.”

O café não torrado ocupou a segunda posição, com 173,5 milhões de dólares e uma participação de 19,3%. Esse resultado reforça o cenário favorável para o agro capixaba e confirma a tradição do Espírito Santo como um dos maiores exportadores de café do Brasil. Além disso, produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço tiveram um desempenho expressivo. Eles somaram 135,4 milhões de dólares (15%), evidenciando a relevância da indústria metalúrgica capixaba.
Nas importações, houve destaque para itens de alto valor agregado e relevância estratégica para a economia local e nacional. O principal item importado foi aeronave e outros equipamentos relacionados, somando 136,8 milhões de dólares (14,7% do total importado).

Carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado, foi o segundo principal item importado, totalizando 134,2 milhões de dólares (14,4%). Já os veículos para transporte de mercadorias e usos especiais totalizaram 98,9 milhões de dólares (10,6%). Esses veículos foram o terceiro item mais importado, seguidos pelos automóveis de passageiros, com 82,3 milhões de dólares (8,8%). O estado tem recebido principalmente veículos elétricos chineses. Isso aconteceu porque o estado se tornou a principal porta de entrada de carros elétricos no país.

“As exportações e importações de janeiro deste ano mostram a importância estratégica do complexo portuário do Espírito Santo para o comércio exterior do Brasil,” ressaltou Ana Carolina Júlio. “Os principais produtos exportados pelos portos capixabas são também os mais importantes produtos da pauta de exportação brasileira (minério de ferro e café não torrado). Pelo lado da importação, o estado recebe itens de alta tecnologia, matérias-primas estratégicas e produtos de consumo que suportam o desenvolvimento industrial.”

A pesquisa completa, com os dados detalhados, pode ser acessada no site https://portaldocomercio-es.com.br.

Sobre a Fecomércio-ES

A Fecomércio-ES integra a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Ela representa 374.523 empresas, responsáveis por 65% do ICMS arrecadado no estado e pelo emprego de 719 mil pessoas. Com 31 unidades espalhadas por 15 municípios e ações itinerantes, o Sistema Fecomércio-ES atua em todo o Espírito Santo. A entidade representa 24 sindicatos empresariais e tem como missão contribuir para o desenvolvimento social e econômico do estado. O projeto Connect é uma parceria entre Fecomércio-ES e FAESA. Conta com apoio do Senac-ES, Secti-ES, Fapes e Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI).

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