Cidades

Complicações após cirurgia estética geram denúncia em Cachoeiro

A cirurgia, que visava à remoção de gordura e pele em excesso na região abdominal, ocorreu há dois meses.

Por Redação

4 mins de leitura

em 15 de abr de 2025, às 14h12

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Um procedimento cirúrgico com fins estéticos, realizado com o objetivo de elevar a autoestima de uma paciente de 56 anos, acabou resultando em uma série de complicações clínicas. A cirurgia, que visava à remoção de gordura e pele em excesso na região abdominal, ocorreu há dois meses. Desde então, a paciente permanece internada, enfrentando sequelas e outras intercorrências médicas.

De acordo com informações apuradas, as complicações seriam decorrentes de condutas adotadas durante e após o procedimento, realizado pelo médico cirurgião plástico Renato Harckbart, cujo nome foi citado em denúncia encaminhada às autoridades competentes.

Entenda o caso

Segundo denúncias recebidas, a cirurgia foi realizada no dia 12 de fevereiro. No dia seguinte, o profissional responsável teria informado à paciente que havia ocorrido uma falha na irrigação sanguínea em uma das laterais do abdômen, o que exigiria sessões de oxigenoterapia hiperbárica — um tratamento especializado realizado em câmaras pressurizadas, indicado para lesões e complicações pós-operatórias.

Como não há estrutura disponível para esse tipo de tratamento em Cachoeiro de Itapemirim, o cirurgião teria levado a paciente para a cidade de Vitória, onde acompanhou as sessões ao longo de 10 dias. A paciente, segundo as denúncias, ficou hospedada na residência do médico durante esse período.

Após o fim das sessões, ela foi levada de volta a Cachoeiro, onde recebeu alta médica. Contudo, familiares relatam que ela continuava sentindo dores e, ao chegar em casa, foi constatado que a região abdominal apresentava uma abertura significativa.

Atendimento hospitalar posterior

No dia 23 de fevereiro, a paciente foi levada à Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro. Ainda conforme as denúncias, o cirurgião teria contatado a instituição solicitando que o ferimento fosse suturado por residentes, o que não ocorreu. Na ausência de atendimento, o próprio médico teria comparecido ao local, realizado o procedimento de fechamento do ferimento e liberado a paciente.

No entanto, no dia seguinte, a paciente apresentou sinais de infecção na região abdominal, com presença de secreção purulenta. Diante do agravamento do quadro, familiares a levaram de volta ao hospital onde a cirurgia foi inicialmente realizada. Na ocasião, a instituição informou que o profissional mencionado não daria continuidade ao atendimento da paciente, embora relatos apontem que ele ainda circulava nas dependências do hospital e teria se manifestado sobre o tratamento.

Sentindo-se emocionalmente abalada, a paciente assinou um termo declarando que não desejava mais ser acompanhada pelo mesmo profissional. A partir de então, um cirurgião geral assumiu o caso.

Estado de saúde atual

A paciente encontra-se internada com uso de curativo a vácuo e dreno, além de estar com auxílio respiratório. Os sinais vitais estão estáveis, mas foi detectada a presença de bactéria na corrente sanguínea. Familiares relatam que ela apresenta quadro emocional fragilizado e manifesta o desejo de deixar o hospital.

Outros relatos semelhantes e investigação

Informações obtidas pelo portal AQUINOTICIAS.COM indicam que outras cinco mulheres também relataram experiências semelhantes após procedimentos realizados com o mesmo médico. Uma denúncia foi encaminhada ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), que, segundo apurado, já acionou os órgãos competentes, incluindo o Conselho Regional de Medicina (CRM), e remeteu o caso para análise da vara criminal. O processo, no entanto, tramita sob sigilo.

Posicionamento da defesa

A reportagem entrou em contato com a defesa do cirurgião plástico Renato Harckbart, solicitando manifestação sobre os fatos. Os representantes do médico informaram que, diante da inexistência de informações oficiais — como boletim de ocorrência ou número de protocolo da denúncia —, não haveria como oferecer um posicionamento concreto. A defesa declarou:

“Se tiver o protocolo, pelo menos no MP, porque sem uma denúncia ou documento oficial, não tem como se manifestar e nem saber do que realmente está sendo acusado. Assim que vocês tiverem conhecimento de uma denúncia formal e nos procurar, iremos nos manifestar”.

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