Cidades

Criança com deficiência é brutalmente agredida em escola de Ibatiba

O filho, que tem 12 anos e apresenta deficiência auditiva nos dois ouvidos, relatou que foi enforcado, levou tapas no rosto, socos na boca, nos braços, nas pernas e que ainda teve dificuldades para se defender.

Por Redação

4 mins de leitura

em 16 de abr de 2025, às 15h09

Foto: Reprodução | Google
Foto: Reprodução | Google

Um estudante da Escola Municipal de Ensino Fundamental David Gomes, localizada no Centro de Ibatiba, no Caparaó capixaba, supostamente teria sido agredido por dois colegas de turma na última terça-feira (15), segundo relato da mãe da criança, Jeorgiane dos Reis Andrade. A denúncia foi feita por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais. A mãe registrou um Boletim de Ocorrência (B.O).

De acordo com Jeorgiane, a agressão ocorreu durante o período em que a turma estava sem professor na sala de aula. O filho, que tem 12 anos e apresenta deficiência auditiva nos dois ouvidos, relatou que foi enforcado, levou tapas no rosto, socos na boca, nos braços, nas pernas e que ainda teve dificuldades para se defender.

“Meu filho me contou que um garoto o enforcou e deu dois tapas no rosto. Outro menino entrou na briga e começou a agredi-lo com socos na boca, nos braços e nas pernas”, afirmou a mãe, emocionada no vídeo. “Ele tem deficiência auditiva e fala mais alto. Isso teria incomodado os colegas, que partiram para a agressão”, acrescentou.

Atendimento médico

Assim que soube da agressão, Jeorgiane levou o filho ao pronto-socorro de Ibatiba. Durante o atendimento, a equipe médica constatou hematomas pelo corpo e suspeita de lesão na coluna vertebral. A criança foi medicada e permaneceu em observação.

Ainda segundo a mãe, o menino foi transferido para o Hospital Infantil de Vitória para avaliação com ortopedista e realização de novos exames. A suspeita de fratura na coluna foi descartada, mas ele permanece com dores intensas no corpo, boca cortada e traumas psicológicos.

“Ele acorda gritando, sente medo de ficar sozinho e revive o momento das agressões”, relatou Jeorgiane.

Falta de comunicação

Um dos principais pontos levantados pela mãe é a falta de comunicação por parte da escola. Segundo ela, nenhum responsável da unidade de ensino entrou em contato para relatar o ocorrido. A mãe só foi procurada após fazer uma publicação nas redes sociais, que ganhou repercussão. A escola teria agendado uma reunião apenas no dia seguinte, por volta das 17h.

“Fiquei sabendo do que aconteceu apenas quando fui buscar meu filho. A escola não me ligou, não avisou, não prestou nenhuma informação. Só me chamaram depois da publicação”, criticou.

Boletim registrado

Em boletim registrado pela Polícia Militar, a mãe relatou que o filho mencionou a agressão à direção da escola, mas nenhuma providência imediata foi tomada. O Conselho Tutelar informou que foi orientada a condução do estudante ao hospital, o que não foi feito pela instituição. A própria mãe o levou para atendimento.

O que diz a Prefeitura

Em nota oficial, a Prefeitura Municipal de Ibatiba afirmou que tomou conhecimento do caso após a circulação de imagens e vídeos nas redes sociais. O município informou que as secretarias responsáveis iniciaram a apuração dos fatos assim que foram informadas e que o caso está sendo tratado com seriedade, responsabilidade e respeito aos envolvidos.

“A Prefeitura reafirma seu compromisso com a segurança e o bem-estar dos alunos da rede municipal e informa que, após a devida apuração, todas as medidas cabíveis serão tomadas, conforme determina a legislação vigente”, diz o comunicado.

Imagens: Reprodução | Redes Sociais

Histórico recente

O caso ocorre poucos meses após outro episódio envolvendo agressão dentro de uma escola da rede municipal de Ibatiba. Em dezembro de 2024, o estudante Luiz Fernando de Souza Verli, 10 anos, da EMEF Eunice Pereira Silveira, também teria sido agredido por colegas durante o recreio e veio a falecer dias depois.

Por meio de nota, a “Polícia Civil informou que o caso do estudante Luiz Fernando, segue sob investigação da 8ª Delegacia Regional de Ibatiba. Até o momento, foram realizadas diligências, colhidos depoimentos dos envolvidos e requisitadas todas as informações pertinentes à investigação. O laudo necroscópico feito pela Polícia Científica (PCIES) foi recebido pela Polícia Civil.”

A PC ainda destacou que está analisando o que foi levantado com o devido rigor e o inquérito policial corre dentro do prazo legal.

“No momento, não é possível fornecer mais informações porque o caso tramita em segredo de justiça. Destacamos que os policiais estão trabalhando com afinco todos os dias com objetivo de prestar o melhor serviço, não só desse caso, mas de todos que possuem inquérito em aberto na delegacia’, diz trecho da nota.

Veja o vídeo:

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