
A ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Vaticano para o funeral do papa Francisco, previsto para esta sexta-feira (25), deve interromper momentaneamente articulações importantes no cenário político nacional. Lula embarca nesta quinta-feira (24) e retorna no sábado (26), deixando pendentes temas sensíveis como a reforma ministerial e a nomeação no Ministério das Comunicações.
A viagem ocorre em meio a uma série de impasses no governo. Um deles envolve a escolha do novo titular das Comunicações. O deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União-MA), cotado para assumir o posto no lugar de Juscelino Filho, recusou o convite. O nome do presidente da Telebras, Frederico de Siqueira Filho, foi apresentado pela sigla como alternativa, mas ainda não teve aval final do Palácio do Planalto. A definição pode passar pela articulação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que busca emplacar um aliado na vaga.
Além disso, a prometida reforma ministerial, aguardada há meses, segue indefinida. Até o momento, Lula promoveu apenas mudanças pontuais em pastas sob controle do PT, enquanto aliados cobram uma reestruturação mais ampla para fortalecer a base governista no Congresso.
Antes da viagem, o presidente se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes partidários para tentar avançar nas negociações. Encontro semelhante já havia ocorrido com representantes do Senado no início de abril, após críticas ao distanciamento entre o Executivo e o Legislativo.
Outro foco de atenção no governo é o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Uma operação da Polícia Federal deflagrada na quarta-feira (23) resultou no afastamento e posterior demissão do presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, e de integrantes da alta cúpula. A investigação apura a cobrança indevida de valores por entidades em contas de aposentados e pensionistas — esquema revelado pelo portal Metrópoles.
A agenda presidencial também sofreu alterações. As viagens a Porto Velho (RO) e Parauapebas (PA), previstas para quinta e sexta-feira, foram adiadas. Nos compromissos, Lula faria anúncios sobre a reforma agrária e a divulgação de ações do governo federal.
Para o funeral do papa, o presidente convidou os chefes dos Três Poderes: Hugo Motta, Davi Alcolumbre e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso. Todos aceitaram o convite. A comitiva brasileira ainda está em formação, mas apenas cinco representantes terão acesso à cerimônia, conforme os protocolos do Vaticano. As vagas já foram ocupadas por Lula, Janja da Silva e os presidentes da Câmara, Senado e STF.
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