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Colatina discute soluções urgentes para interdição da Ponte Fontenelle

A reunião foi convocada pelo Ministério Público do Espírito Santo com o objetivo de cobrar transparência nas obras, além de discutir os impactos gerados pelo desvio de tráfego para o perímetro urbano da cidade.

Por Redação

4 mins de leitura

em 29 de maio de 2025, às 15h59

Foto: Reprodução | PMC
Foto: Reprodução | PMC

A interdição da Ponte Fontenelle, que conecta Colatina a Baixo Guandu, foi debatida em uma Audiência Pública realizada na noite de quarta-feira (28) na Câmara de Vereadores de Colatina. A reunião foi convocada pelo Ministério Público do Espírito Santo com o objetivo de cobrar transparência nas obras, além de discutir os impactos gerados pelo desvio de tráfego para o perímetro urbano da cidade.

O evento contou com a presença de representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), da Prefeitura de Colatina, vereadores, promotores de justiça, empresários do setor de transporte e construção civil, além de lideranças comunitárias, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e autoridades de municípios vizinhos como Baixo Guandu e Santa Teresa. Também marcaram presença o deputado estadual Sérgio Meneguelli e a assessora do deputado federal Josias Da Vitória, Katia Caliari.

Cronograma das obras apresentado pelo DNIT

Durante a audiência, o superintendente regional do DNIT, Romeu Scheibe Neto, detalhou o cronograma de obras da ponte. Ele explicou que, após a identificação de patologias em fevereiro e uma vistoria complementar em março, foi elaborado um plano técnico de intervenção. No dia 13 de maio, foi decretada situação de emergência e expedida a ordem de serviço para a obra de recuperação.

O cronograma prevê o início dos serviços em até 45 dias, com duração total de 10 meses, divididos em três etapas. Scheibe Neto esclareceu que, durante a execução da obra, a ponte não será interditada completamente, mas o tráfego será controlado conforme critérios técnicos rigorosos. Caminhões e veículos de carga só poderão circular se atenderem a requisitos específicos de peso e configuração de eixos.

Para garantir a fiscalização, serão instalados sensores nos acessos à ponte para realizar a pesagem precisa e a identificação automática dos veículos. Agentes de pista também estarão presentes para coordenar o fluxo e assegurar a segurança dos motoristas.

Consequências para a mobilidade urbana de Colatina

O superintendente de Trânsito e Segurança de Colatina, Rafael Leão Coffler, destacou os impactos da interdição no cotidiano da cidade, mencionando a sobrecarga nas pontes urbanas, risco ao patrimônio histórico, aumento dos congestionamentos, e comprometimento da segurança pública. “Já temos estruturas danificadas. É urgente definir rotas alternativas seguras e fora do perímetro urbano”, alertou Coffler.

O secretário de Obras, Vinícius Bravo, reforçou a necessidade de celeridade nas obras: “Estamos lidando com riscos grandes e visíveis, é preciso acelerar o processo de contratação”, pediu.

Em nome do prefeito Renzo Vasconcelos, o procurador geral do Município, Genicio Caliari, declarou que a Prefeitura tem buscado soluções em diálogo com os órgãos competentes, destacando que a responsabilidade é compartilhada: “Não estamos em lados opostos, buscamos uma resposta responsável e efetiva”, afirmou.

Manifestação da comunidade

Moradores dos bairros mais afetados também se pronunciaram durante a audiência. A Associação de Moradores do bairro Luiz Iglesias expressou preocupações com os transtornos causados pelo desvio de tráfego, como o barulho excessivo, risco de acidentes e insegurança para as famílias. “Nosso bairro não comporta esse tráfego pesado. É um apelo por providências”, disse uma liderança local.

O setor empresarial também se mostrou preocupado com a situação. Antônio Beccalli, representante da construção civil, pediu atenção especial ao planejamento das rotas alternativas: “Estudem com cuidado. Dêem outras opções. Precisamos de uma solução consensual. Tenham piedade de Colatina”, apelou.

O deputado estadual Sérgio Meneguelli destacou a importância da audiência como uma oportunidade para ouvir as demandas da sociedade e agir de forma responsável. “Essa é uma obra federal. Cabe a nós, autoridades e sociedade, cobrar e fiscalizar. E isso precisa ser feito com urgência”, afirmou.

Próximos passos

De acordo com o DNIT, a formalização do contrato para as obras está em fase final. Além disso, foi sugerido a criação de um grupo técnico, composto por representantes dos municípios da região, para definir e coordenar as rotas alternativas.

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