Política Regional

Segurança nas escolas é tema de audiência pública no Espírito Santo

O encontro contou com a presença de integrantes da subseção da OAB de Vila Velha, do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino (Sinepe-ES), da Associação dos Amigos dos Autistas, da Polícia Militar, além de vereadores, especialistas e mães de alunos.

Por Diorgenes Ribeiro

3 mins de leitura

em 16 de maio de 2025, às 14h52

Foto: Reprodução | Ales
Foto: Reprodução | Ales

Representantes de diversas instituições capixabas se reuniram na noite de quinta-feira (15), na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), para discutir a violência nas escolas e propor ações de prevenção e enfrentamento ao problema. O encontro contou com a presença de integrantes da subseção da OAB de Vila Velha, do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino (Sinepe-ES), da Associação dos Amigos dos Autistas, da Polícia Militar, além de vereadores, especialistas e mães de alunos.

Durante a audiência, o major Eliandro, comandante da Companhia Independente de Polícia Escolar, destacou a evolução no trabalho da corporação dentro das unidades de ensino. “Saímos de um mero patrulhamento para um acompanhamento integral nas escolas”, afirmou. Ele lembrou que, desde 2001, o Brasil registrou ao menos 41 ataques a escolas.

Como parte da atuação preventiva, a Patrulha Escolar elaborou um perfil com características de potenciais agressores. Entre os principais sinais de alerta estão o isolamento social, mudanças bruscas de comportamento, interesse por armamentos, uso de simbologia nazista e discursos de ódio contra grupos minoritários. Segundo o major, esses comportamentos estão frequentemente ligados ao bullying e à influência de grupos extremistas nas redes sociais. “O quarto já foi o lugar mais seguro para uma criança ou adolescente”, lamentou.

O supervisor da Comissão de Educação da Ales, José Roberto Aguiar, defendeu a criação de protocolos de segurança escolar em todos os níveis da educação. Ele também alertou para o aumento da violência contra professores. “Hoje já não se respeita mais a instituição escola. A violência acontece entre alunos e também contra os docentes. Há uma banalização da violência”, ressaltou.

A neurocientista Kelly Lopes, especialista em Educação, criticou a ausência de canais efetivos de comunicação entre escola, família e autoridades. Ela alertou para a sobrecarga imposta às instituições de ensino diante da omissão familiar. “A família está delegando à escola o que é sua responsabilidade. Não há tempo para conversar ou vigiar os filhos”, disse.

Durante sua fala, Kelly leu uma postagem feita por uma menina de 11 anos em rede social, na qual a criança detalhava um plano para atacar um colega de sala. O caso serviu como alerta para a importância da atuação conjunta da família, da escola e do poder público na identificação de sinais de risco e na promoção de um ambiente escolar seguro.

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