
A taxa de desemprego no Brasil registrou 6,6% no trimestre encerrado em abril deste ano, o menor índice para o período desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, em 2012. Em comparação com o mesmo período de 2024, quando a taxa era de 7,5%, a queda é significativa.
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego tem mostrado uma tendência de queda nas comparações anuais há 46 trimestres consecutivos, ou seja, desde julho de 2021. Nos últimos 12 meses, todos os trimestres apresentaram suas menores taxas desde 2012 ou 2014, destacando-se os períodos de abril e março deste ano, além de julho a dezembro de 2024, e janeiro e fevereiro de 2025.
Outro ponto positivo nos dados divulgados pelo IBGE foi o aumento do rendimento médio do trabalhador, que atingiu R$ 3.426, o maior valor para um trimestre encerrado em abril, além de representar o maior patamar histórico considerando todas as comparações trimestrais.
Informalidade no Mercado de Trabalho
Apesar dos avanços, a taxa de informalidade no mercado de trabalho ainda é um desafio. No trimestre encerrado em abril, 37,9% dos trabalhadores estavam na informalidade, uma redução em relação ao trimestre finalizado em janeiro (38,3%) e ao mesmo período do ano passado (38,7%).
O número de trabalhadores informais chegou a 39,2 milhões, de um total de 103,3 milhões de pessoas ocupadas. A informalidade inclui trabalhadores sem carteira assinada, ocupados sem CNPJ, empregadores sem CNPJ e trabalhadores auxiliares familiares. A redução da informalidade foi impulsionada pelo crescimento dos empregos formais, que aumentaram 0,8% no trimestre e 3,8% no comparativo anual.
“O mercado de trabalho segue absorvendo mão de obra de forma resiliente, mantendo a população ocupada e melhorando a qualidade do emprego, com destaque para o crescimento dos postos formais”, explicou William Kratochwill, pesquisador do IBGE.
Desempenho Setorial
Na comparação trimestral, o setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais teve um crescimento de 2,2%. Em contrapartida, outros setores mantiveram estabilidade. Já na comparação anual, houve crescimento em diversos segmentos, como a indústria geral (3,6%), comércio (3,7%), transporte (4,5%), e serviços financeiros (3,4%). A agricultura e pecuária, por outro lado, registraram uma queda de 4,3%.
Subutilização da Força de Trabalho
A população subutilizada, que inclui desempregados e aqueles que poderiam trabalhar mais horas, totalizou 18 milhões de pessoas, apresentando estabilidade no trimestre e uma queda de 10,7% em relação ao ano passado. A taxa composta de subutilização ficou em 15,4%, com estabilidade trimestral e redução quando comparada ao mesmo período de 2024 (17,4%).
A população desalentada, que inclui aqueles que desejam trabalhar mas não buscam oportunidades por diversos motivos, totalizou 3,1 milhões de pessoas, com estabilidade no trimestre e uma queda de 11,3% no comparativo anual.
Esses dados mostram um cenário de recuperação no mercado de trabalho, com destaque para o crescimento dos postos formais e a melhoria nos rendimentos, mas também destacam os desafios persistentes relacionados à informalidade e à subutilização da força de trabalho.
Receba as principais notícias do dia no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta clicar aqui