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Censo 2022 mostra queda do catolicismo e avanço evangélico no ES

Os dados do IBGE também revelam diferenças educacionais entre os grupos religiosos.

Por Redação

4 mins de leitura

em 10 de jun de 2025, às 12h43

Foto: Reprodução | Redes Sociais
Foto: Reprodução | Redes Sociais

Os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE, mostram mudanças significativas no perfil religioso da população brasileira, e, de forma expressiva, no Espírito Santo. A participação dos católicos entre pessoas com 10 anos ou mais caiu de 54,2% em 2010 para 47,8% em 2022, enquanto os evangélicos avançaram de 32,3% para 35,4% no mesmo período.

Apesar da retração, o catolicismo continua sendo a religião mais presente no estado. Governador Lindenberg lidera com a maior proporção de católicos (85,8%). Em sentido oposto, Santa Maria de Jetibá tem o menor índice de católicos (21,4%) e, ao mesmo tempo, concentra o maior percentual de evangélicos (73,5%) entre os municípios capixabas, o terceiro maior do país, atrás apenas de Arroio do Padre (RS) e Arabutã (SC), localidades de forte influência alemã e pomerana.

Outro destaque é o crescimento de pessoas que se declaram sem religião: de 8% em 2010 para 9,3% em 2022. O percentual de praticantes de umbanda e candomblé subiu de 0,1% para 0,4%. Já os espíritas registraram leve queda, de 2,0% para 1,8%.

Panorama nos municípios

Entre os 78 municípios capixabas, os católicos são maioria em 61 cidades e superam 50% da população em 47 delas. Os evangélicos, por sua vez, são o grupo predominante em 17 municípios, sendo maioria absoluta em cinco: Santa Maria de Jetibá, Laranja da Terra, Marataízes, Itapemirim e Ibitirama.

Alegre aparece como o município com maior proporção de espíritas (5,5%). Guaçuí e Alegre dividem a liderança entre os adeptos da umbanda e do candomblé (1,0%). Já Presidente Kennedy é o município com maior número de pessoas sem religião (20,8%), Serra se destaca nas “outras religiosidades” (7,0%) e Aracruz entre os que seguem tradições indígenas (0,4%).

Mulheres são maioria entre os religiosos

A divisão por sexo mostra que a maioria feminina predomina na maioria das religiões, com destaque para o espiritismo, onde as mulheres representam 58,8%. Homens são maioria apenas entre os sem religião (57,0%) e entre os praticantes de tradições indígenas (53,5%).

Cor, raça e religião

Entre os que se declaram brancos, 55,5% são católicos e 31,0% evangélicos. Já entre os pretos, há equilíbrio: 38,8% para cada grupo. Os pardos são majoritariamente católicos (44,1%), mas os evangélicos também têm forte presença (38,0%). No recorte indígena, 31,3% se identificam como católicos e 18,8% como sem religião — o maior índice entre grupos étnico-raciais.

Na distribuição inversa, os evangélicos são em sua maioria pardos (52,7%). Os espíritas, brancos (51,8%). Umbandistas e candomblecistas se dividem entre pardos (42,5%) e brancos (33,0%).

Educação e condições de moradia

Os dados do IBGE também revelam diferenças educacionais entre os grupos religiosos. Os católicos lideram em taxa de analfabetismo (5,7%), seguidos por evangélicos (5,2%) e adeptos de tradições indígenas (5,2%). Os menores índices são de umbandistas e candomblecistas (2,3%).

Os espíritas têm o maior percentual de pessoas com ensino superior completo (49,1%) e o menor de baixa escolaridade (16,2%). Já entre os católicos, 36% têm baixa escolaridade e 20,3% possuem nível superior. Entre os evangélicos, 35,8% não concluíram o ensino fundamental.

Quanto à moradia, os católicos lideram em propriedade da casa onde vivem (74,1%), seguidos pelos adeptos de tradições indígenas (71,4%). Umbandistas e candomblecistas têm o menor índice de moradia própria (55,9%). Pessoas sem religião se destacam entre os que vivem em residências cedidas ou emprestadas.

Acesso à internet passa de 80% em todos os grupos

O acesso à internet ultrapassa 80% em todos os grupos religiosos. O maior percentual está entre umbandistas, candomblecistas e seguidores de outras religiosidades (94,9%). O menor, entre católicos romanos (88,8%).

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