
Há três anos, a tradicional Festa de Corpus Christi em Castelo passou por uma importante reformulação. A mudança teve início a partir de uma iniciativa do Instituto Cultural Irmã Vicência (ICIV), que, sob nova diretoria liderada por Luciano Travaglia, passou a realizar pesquisas de satisfação com moradores e visitantes durante o evento.
O levantamento anual tem norteado melhorias significativas, que vão desde ajustes na organização até ações voltadas ao resgate do simbolismo religioso e das sensações ligadas à memória afetiva. Uma das primeiras mudanças foi a instalação de um portal de boas-vindas nas entradas da cidade, após a constatação de que muitos visitantes não sabiam onde começava a visitação aos tapetes. A sinalização transformou a experiência logo na chegada.
Outro ponto identificado foi a dificuldade de compreensão das imagens retratadas nos tapetes. Em resposta, o ICIV instalou totens explicativos ao lado de cada quadro, com textos, QR Codes e distribuição de 10 mil cartilhas informativas. A medida surtiu efeito: no ano seguinte, 92% dos entrevistados disseram entender as mensagens religiosas da festa.
A pesquisa também resgatou elementos da memória olfativa. Muitos visitantes sentiam falta do aroma característico das festas organizadas por Irmã Vicência. A partir desse relato, o ICIV reintroduziu materiais como crista-de-galo, cipreste e borra de café, devolvendo à celebração um cheiro que remete à infância e às raízes familiares no interior.
No aspecto artístico, a pesquisa apontou a necessidade de aprimoramento. Para elevar a qualidade visual dos tapetes, sete artistas plásticos e um designer gráfico de arte sacra se uniram como voluntários ao projeto. Novos materiais também foram incorporados para atender melhor às exigências do público.
Em termos de infraestrutura, os dados coletados levaram à ampliação de serviços básicos. A quantidade de banheiros químicos foi triplicada e a oferta de alimentação reforçada, em parceria com a prefeitura. A taxa de reclamações por falta de sanitários, por exemplo, caiu de 20% para 8% em apenas um ano.
Para Luciano Travaglia, a escuta ativa tem sido essencial para manter viva a essência do evento. “A cada edição, a pesquisa fortalece a missão do Instituto de oferecer uma festa mais acolhedora, significativa e fiel ao propósito original: comunicar a fé com beleza, sensibilidade e acolhimento”, conclui o presidente do ICIV.



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