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Com história de superação, chef do ES participa de competição nacional

A paixão pela gastronomia sempre fez parte da história da confeiteira. A infância em Conceição do Castelo, na região Serrana, foi marcada por momentos na cozinha com sua mãe e suas duas avós

Por Redação

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Foto: Divulgação
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Um sonho de adolescente que se tornou um negócio premiado nacionalmente! Essa é a sinopse da história de sucesso da capixaba Gabriela Ayres Maretto Zorzal com sua gelateria, a Blu Gelatos, que vai participar da Grande Final Nacional do Gelato Festival Brasil.

E é em busca de um reconhecimento internacional que a confeiteira de Pedra Azul, em Domingos Martins, vai participar da competição nesta semana, entre os dias 22 e 25, em São Paulo. A disputa faz parte da programação da Fipan 2025, maior feira de Panificação e Confeitaria da América Latina.

Com o “Sorbet de Gabiroba Gigante com castanhas da Mata Atlântica, frutas vermelhas e mel de uruçu”, Gabriela vai concorrer com outros 14 participantes por uma das duas vagas na Final Mundial da Gelato Festival World Masters, em janeiro de 2026, na Itália. A competição é realizada a cada quatro anos para eleger o melhor Mestre Gelatista do mundo.

História de superação

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A paixão pela gastronomia sempre fez parte da história da confeiteira. A infância em Conceição do Castelo, na região Serrana, foi marcada por momentos na cozinha com sua mãe e suas duas avós. Mas foi em uma viagem à Itália, quando ela tinha 16 anos, que cresceu um desejo em seu coração.

“Passei 20 dias viajando pelo país e me apaixonei pelo gelato. Meu sabor favorito era o de limoncello, servido dentro de um limão. Isso me encantou, já que na época o gelato ainda não se difundia no Brasil. Ali surgiu o meu sonho de abrir uma gelateria”, conta Gabriela.

Só que essa pretensão foi deixada de lado por um tempo. Gabriela se mudou para Vitória e se formou em Direito. Durante alguns anos, atuou como advogada e procuradora do município de Conceição do Castelo. Sendo assim, nos tempos livres, no entanto, fazia cursos on-line sobre gelatos para se manter informada sobre o assunto.

Uma adversidade, entretanto, fez com que a confeiteira traçasse novos rumos para a vida. Aos 26 anos, Gabriela recebeu o diagnóstico de Doença de Parkinson precoce e decidiu investir no que sempre desejou. “Assim que recebi o diagnóstico, parei tudo na minha vida e tive um insight: vou começar a fazer gelato”, relembra.

Ao longo de três anos, a capixaba aproveitou as idas a São Paulo para tratamento da enfermidade para também se aperfeiçoar nos estudos. Em 2016, concluiu o curso de Fundamentos de Gelatos, ministrado por chefs com formação na Gelato University, da Bolonha, na Itália.

Gelato Festival Brasil

Depois de muitos estudos, a produção de gelatos teve início em sua própria casa, com uma máquina que produzia 800 ml em cerca de uma hora. No entanto, a fabricação só passou a ser comercializada após um “empurrãozinho” de uma das tias.

“Minha tia estava planejando um aniversário para cerca de 60 pessoas e perguntou se eu poderia levar a máquina para a festa, mas com a maquininha era possível servir no máximo oito pessoas. Resolvi produzir aos poucos, congelar e oferecer no evento. Fiz três sabores: creme, manga e Ferrero Rocher. Foi um sucesso! Os convidados ficaram apaixonados! Logo depois comecei a vender os gelatos em potes mais elaborados e foi dando certo”, relata a mestre sorveteira.

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Aliás, Gabriela sente orgulho dos gelatos produzidos e da história que está construindo com muita dedicação e estudos. “Trabalhar com uma paixão não é fácil. É ter que equilibrar a emoção e a razão. Para dar certo, é preciso ter um espírito empreendedor que eu pensava que não tinha e não parar de estudar. Já fiz diversos cursos on-line. Também conto com a ajuda de muitas pessoas. No curso de gelatos que fiz em São Paulo, eles também ensinam a elaboração de receitas. Com o tempo, aprendi a equilibrar os ingredientes e a produzir minhas próprias receitas. Nosso segredo é o uso de ingredientes naturais produzidos na região, como o creme de leite fresco, morango, amora e a gabiroba. O meu gelato não tem igual”, finaliza.

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