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Por Que o Brasil Está Entusiasmado Para Construir Cidades Inteligentes

Cidades inteligentes já são realidade em partes do Brasil. Saiba como tecnologias como IoT e IA estão transformando a vida urbana e quais desafios ainda impedem um futuro mais conectado e sustentável.

Por Redação

5 mins de leitura

O Brasil é um país profundamente urbano. Em 2022, aproximadamente 87% da população do país viva em áreas urbanas e dados estatísticos sugerem que esse número deve aumentar nos próximos anos. No entanto, o cenário dos grandes centros urbanos está longe de ser paradisíaco.

Congestionamentos intermináveis que chegam a custar 4% do PIB do país e algumas das cidades mais violentas do mundo. Sistemas de abastecimentos insuficientes, onde cerca de 40% da água potável é desperdiçada, altos índices de poluição e sistemas de coleta de lixo colapsados, ainda contando com aterros sanitários.

O crescimento desenfreado das cidades cria desafios consideráveis para autoridades públicas e principalmente para os cidadãos. Neste contexto, o conceito de cidade inteligente (também chamadas de “smart cities”, surge quase como uma utopia. No entanto, esta utopia já começa a se tornar realidade em alguns lugares do país.

Definindo o Conceito

Pixabay

Já faz tempo que a internet é parte indissociável da vida da maioria dos brasileiros. Mais de 80% da população acessa a internet diariamente e o número de smartphones no país já é de 2,4 por habitante. O alto índice de conectividade já é visível no ecossistema digital, com inúmeras plataformas de e-commerce, serviços online e populares sites de slots ao redor do mundo. No entanto, o potencial dessa conectividade vai bem mais além.

Graças aos avanços de tecnologias como IoT (Internet das Coisas), inteligência artificial e internet ultra-rápida possibilitam a criação de sistemas digitais de gerenciamento urbano capazes de aumentar a eficiência na distribuição de recursos e tráfego, além de reduzir a pegada de carbono. Em outras palavras, as cidades inteligentes usam tecnologia de ponta para melhorar a vida dos cidadãos.

As cidades inteligentes usam soluções inovadoras para superar antigos desafios do crescimento urbano, como distribuição de água, esgoto e energia, além da segurança e da gestão sustentável de resíduos. O conceito também passou a ser central para a competitividade urbana, onde cidades com melhor qualidade de vida e altos índices de digitalização atraem mais talentos, mais empresas e mais oportunidades.

Ou seja, não faltam motivos para que municípios de todo país invistam em tecnologias digitais de gerenciamento urbano.

Crescimento Inteligente

O conceito já vem ganhando espaço em algumas cidades do país, como São Paulo, Curitiba, Florianópolis e Vitória. Na verdade, o estado de São Paulo concentra a maioria das Top 100 cidades mais inteligentes do Brasil; são 39 municípios no ranking.

Mesmo assim, de acordo com o ranking Smart Cities Brasil, a cidade mais conectada é a capital catarinense, Florianópolis, seguida de perto por Vitória, São Paulo, Curitiba e Niterói.

Florianópolis se destaca por sua malha cicloviária que cobre a cidade toda, além de WiFi 5G gratuito. Florianópolis também possui excelentes índices de saúde e segurança, em parte graças ao seu investimento constante em tecnologia e inovação.

Vitória ocupa o segundo lugar no ranking pelo seu uso exemplar da tecnologia na governança pública, especialmente em serviços essenciais, como educação, saúde, segurança e transporte. Outros municípios no topo do ranking, como Curitiba e Niterói, vão pelo mesmo caminho, proporcionando uma ampla gama de serviços públicos informatizados.

Dores do Crescimento

Se não faltam motivos para correr atrás das famosas smart cities, também não faltam desafios. Uma rápida análise do ranking da Smart Cities mostra que mais das metade das 100 cidades mais inteligentes do país estão concentradas na Região Sudeste, enquanto a Região Norte tem apenas quatro. Além disso, muitos municípios (inclusive os maiores) ainda carecem de infraestrutura básica, como calçadas.

Há também a má distribuição de profissionais. Quando se fala em atendimento médico, mais de 95% dos especialistas estão concentrados em apenas cinco municípios. Além disso, o acesso à tecnologia também é bastante desigual, especialmente fora dos grandes centros, tornando o acesso à saúde um grande desafio em áreas mais afastadas, ainda que remotamente.

Mesmo onde tecnologias digitais são mais amplamente acessíveis, é preciso ensinar a população a usá-las. Afinal, para que sistemas integrados de governança funcionem de forma eficiente, é necessário que o público não apenas tenha acesso às tecnologias necessárias; o público precisa participar ativamente do processo, utilizando os serviços.

Para superar esses desafios, é preciso ter gestores públicos comprometidos com a questão e com conhecimento suficiente da realidade local para investir em serviços realmente úteis. Por último (mas não menos importante), é preciso investir na capacitação profissional para suprir carências de mão-de-obra especializada local.

Por Uma Nova Cidadania

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O entusiasmo do Brasil com as famosas smart cities está longe de ser uma moda tecnológica passageira; é uma resposta vital aos desafios urbanos cada vez maiores impostos pelo aumento da população e a necessidade de preservação ambiental. Nesse contexto, tecnologias digitais como IA e IoT podem ajudar a evitar engarrafamentos tão poluentes quanto caros, desperdício de recursos e violência crescente. Algumas cidades brasileiras já estão no caminho certo, como Florianópolis e Vitória, mas ainda há muito a ser feito. A cidade brasileira do futuro exige mais do que chips e sensores, mas um pacto por eficiência e sustentabilidade que não deixe ninguém para trás.

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