Economia

Mais de 98 mil consumidores capixabas pagam dívidas em atraso

Número se refere à comparação entre julho deste ano e o mesmo mês de 2024. Queda na inadimplência gera folga financeira para as famílias e pode impulsionar compras de agosto, já que elas não vão pagar juros por conta de parcelas vencidas

Kimberlly Soares Kimberlly Soares

Foto: Divulgação/PMVV

Boas notícias para a economia do Espírito Santo: 98,5 mil consumidores capixabas conseguiram quitar dívidas em atraso no último ano e deixaram a lista de inadimplentes. O número se refere à comparação entre julho de 2025 e o mesmo mês de 2024, com uma queda de 2,4 pontos percentuais na inadimplência capixaba. Além disso, entre julho e junho deste ano, também houve o registro de 35 mil pessoas que saíram do vermelho, sendo uma redução de 0,9 ponto percentual.

O levantamento é do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), com base na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

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De acordo com o estudo, o resultado se deve principalmente por conta das famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 15.180). Em julho de 2025, a taxa de inadimplência desse grupo chegou a 37,2%, uma retração de 1 ponto percentual comparado a junho (38,2%). Também em julho, essa taxa ficou 3,4 pontos percentuais abaixo do observado no mesmo mês de 2024 (40,6%), indicando a saída de 120 mil capixabas do vermelho.

Para o coordenador de pesquisa do Connect Fecomércio-ES, André Spalenza, o efeito é expressivo. “O recuo na inadimplência mostra que mais famílias estão conseguindo reorganizar seu orçamento, pagar o que deviam e recuperar o poder de compra. Esse movimento pode gerar reflexos imediatos para o comércio, especialmente em agosto. ”, afirmou.

Outro dado positivo é que o percentual das famílias com renda de até R$ 15.180 que declararam não conseguir quitar suas contas caiu de 56,8% para 55% na comparação entre julho de 2024 e de 2025. Além disso, o perfil dos atrasos nas dívidas também registrou mudanças significativas. Entre famílias com renda de até 10 salários mínimos, o percentual de contas vencidas há mais de 90 dias caiu para 55,7%, uma redução de 2,4 pontos percentuais. Paralelamente, houve 1% de aumento nas dívidas com atraso de 30 a 90 dias e naquelas com até 30 dias de inadimplência (1,4 pontos).

“Isso indica que, embora a maioria das dívidas ainda esteja em atraso há mais de três meses, há um movimento de regularização, com as famílias começando a retomar o controle de seus compromissos financeiros. A queda da inadimplência entre as famílias capixabas está diretamente relacionada ao aumento da renda real no Espírito Santo. Ambos os fatores contribuem para ampliar a folga financeira e a capacidade de planejamento das famílias, permitindo maior controle sobre o orçamento, redução das dívidas em atraso, elevação do consumo e, consequentemente, melhora no bem-estar.”, explicou Spalenza.

Para o coordenador de pesquisa do Connect Fecomércio-ES, todo esse cenário abre espaço para novos investimentos e consumo. “Quando o consumidor deixa de pagar juros por parcelas vencidas, ele libera parte do orçamento para novas compras, reformas, viagens ou serviços. É um alívio que favorece não só o bem-estar das famílias, mas também a atividade econômica como um todo”, destacou.

O levantamento ainda reforça que a redução da inadimplência beneficia diretamente o comércio varejista. Com menos restrições de crédito, os consumidores voltam a ter acesso a financiamentos e parcelamentos, movimentando setores como vestuário, eletrodomésticos, tecnologia e lazer. “O momento é de atenção e oportunidade para o varejo capixaba, que deve apostar em condições atrativas e variedade de produtos para aproveitar essa retomada da capacidade de compra”, concluiu o coordenador.

Endividamento

O estudo também indica que o endividamento, ou seja, a proporção de famílias que possuem algum tipo de dívida, esteja ela em dia ou não, reduziu 2,1% e chegou a 88,5% em julho. Nas famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 15.180), essa taxa é de 90,1%, enquanto nas de renda superior o índice é menor, 78,5%.

O cartão de crédito continua sendo a principal forma de endividamento no Espírito Santo, presente em 94% dos lares endividados. Em seguida aparecem o crédito pessoal (13,8%) e o uso dos carnês  (8,7%).

Outro destaque do levantamento é que o percentual de renda comprometida com dívidas pelas famílias capixabas manteve-se estável em relação a junho, permanecendo no patamar de 29,7%. As famílias capixabas ainda parcelam suas contas, em média, por sete meses e mantêm seu grau de endividamento relativamente moderado.

A pesquisa completa, com os dados detalhados, está disponível no site portaldocomercio-es.com.br.

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Kimberlly Soares
Kimberlly Soares

Estudante de jornalismo pela Unidade Estácio, atua na parte de segurança do portal AQUINOTICIAS.COM. Apaixonada pela área, trabalhou pela primeira vez como estagiária de jornalista aos 18 anos e nunca mais cogitou outro caminho.