
Além de irregularidades na cobrança da taxa de água e esgoto, a BRK Ambiental também deixou de fazer investimentos em obras importantes de saneamento e que estavam previstas no contrato. Todo o prejuízo causado pela empresa e os próximos passos que serão adotados pelo Poder Público municipal foram detalhados, nesta sexta-feira (5), pelo vice-prefeito Junior Corrêa (Novo) e o atual diretor-presidente da Agersa, Vilson Carlos Gomes.
A expectativa é de que após as intervenções judiciais, a população seja beneficiada com a redução das taxas de água e esgoto, serviços e obras.
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“A gente tem uma expectativa de uma redução de pelo menos 10%, mas isso pode chegar a quase 20% […] Eu boto aí uns 10%, mas que você pode ir somando algumas porcentagens, alguns recursos que foram adiantados e que não foram investidos. Então, isso pode dar um valor até maior. Mas, obviamente, isso vai de acordo também depois com a negociação com a empresa”, projeta Corrêa.
Porém, para que a população possa gozar desses benefícios, ainda será necessária a realização de um nova avaliação para atualizar o estudo de reequilíbrio financeiro, feito pela consultoria Houer Concessões no contexto de 2022, para o ano de 2024.
“A partir daí, a gente vai avaliar o que efetivamente está impactando na tarifa, quanto que tem que ter de redução e fazer uma avaliação do período que foi determinado fazer a redução da tarifa, o que foi arrecadado de adicional e o que não foi realizado em termos de investimento”, explica o diretor-presidente da Agersa.
As tratativas com representantes da consultoria Houer Concessões já devem começar nesta sexta-feira (5).
Prejuízos
A falta de investimentos feitos pela concessionária BRK trouxe impactos significativos, não só para o meio ambiente, mas também para as atividades administrativas da Agersa.
“O grave ocorre quando chove, porque quando chove, a água pluvial entra na rede mista e leva todo o esgoto para o Rio Itapemirim. Então, quando chove, a primeira carga de chuva, a água fica fedendo, a água do Rio Itapemirim fica escura e fedendo, ou seja, o esgoto não está sendo tratado”, apontou Vilson Carlos Gomes.
Outro ponto destacado pelo representante da Agersa foi um suposto desconto no repasse feito pela concessionária, que estava comprometendo o orçamento da agência reguladora. Atualmente, a BRK precisa repassar cerca de 3% do que arrecada.
“Quando a gente chegou na Agersa, nós nos deparamos lá com um desconto mensal do repasse que é feito pela BRK, pelo serviço, de R$ 150 mil por mês. Todo mês descontava R$ 150 mil. E aí eu procurei saber a origem disso. Aí, foi no 14º aditivo. Foi um empréstimo que a BRK fez para a prefeitura, que estava penalizando a Agersa, colocando a Agersa numa situação de insolvência, porque o dinheiro não dava para pagar as contas”, ressaltou.
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Os dados apresentados durante a coletiva também revelam que Cachoeiro ainda tem cerca de cinco mil famílias que não têm acesso a água encanada, muitas por causa da falta dos investimentos que deveriam ter sido realizados pela BRK.
“Nós fizemos um levantamento, desde 2020, e a BRK não tem cumprido as obrigações contratuais de fazer as extensões de rede. Então, a gente tem tudo isso relacionado, e atender essas populações que hoje estão em deficiência”, destaca a Agersa.
Além do vice-prefeito e o diretor presidente da Agersa, também participaram da coletiva os vereadores Tiago Neves (PSB), Vitor Azevedo (Podemos), Sandro Irmão (PDT) e Pastor Delandi (PSDB).
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