Governo Lula acelera liberação de emendas; especula-se que a ideia é barrar anistia
Lula liberou R$ 3,2 bilhões, concentrando pagamentos justamente na semana em que ocorreram as condenações.
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O Palácio do Planalto acelerou o repasse de emendas parlamentares durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF). Dados oficiais de transparência apontam que, desde o início da análise do caso, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liberou R$ 3,2 bilhões, concentrando pagamentos justamente na semana em que ocorreram as condenações.
De acordo com informações do portal Metrópoles, somente na terça-feira (9), data em que o STF retomou a votação, foram desembolsados R$ 2,3 bilhões em um único dia. Esse é o maior repasse diário de 2025, superando a média mensal de liberações e ocupando o nono lugar da série histórica em valores nominais, sem considerar a inflação. O recorde permanece em 13 de dezembro de 2024, quando o montante atingiu R$ 5,8 bilhões.
Ainda especula-se que a estratégia tem como meta garantir apoio de parlamentares e conter a articulação do Centrão a favor do projeto que busca anistiar envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro. Com isso, o governo tenta evitar que a proposta ganhe força na Câmara e no Senado.
Detalhamento das Emendas Pagas
Nas duas semanas de julgamento, o governo executou R$ 3,2 bilhões, distribuídos da seguinte forma:
- R$ 2,9 bilhões (91,3%) em emendas individuais, de maior retorno político para deputados e senadores.
- R$ 142 milhões (4,3%) destinados a bancadas estaduais.
- R$ 80,8 milhões (2,4%) liberados para comissões temáticas.
- R$ 60,2 milhões (1,85%) provenientes do relator do Orçamento.