PF investiga fraudes milionárias e desvio de recursos em Prefeitura de ES
Segundo a Polícia Federal, os levantamentos indicam que uma construtora de pequeno porte, com baixa capacidade operacional, teria sido favorecida em processos de licitação.

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (7), a Operação Disruptio, com o objetivo de combater um esquema de fraudes em contratações públicas, desvio de recursos e lavagem de dinheiro supostamente praticados durante a gestão anterior da Prefeitura de São Mateus, no Norte do Espírito Santo.
De acordo com a Polícia Federal, estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão e nove ordens de bloqueio de bens e valores, expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal de Vitória. As investigações tiveram início após denúncias e reportagens que apontavam irregularidades em contratos firmados entre o município e uma empresa do setor da construção civil.
Segundo a Polícia Federal, os levantamentos indicam que uma construtora de pequeno porte, com baixa capacidade operacional, teria sido favorecida em processos de licitação. Em um dos casos, o custo de uma obra de revitalização foi majorado em cerca de R$ 720 mil após a dispensa de licitação. Há ainda suspeita de utilização de “laranjas” na administração da empresa, incluindo pessoas com antecedentes criminais e sem experiência na área.
A empresa investigada recebeu mais de R$ 7,4 milhões em pagamentos da Prefeitura de São Mateus, e as movimentações financeiras analisadas são consideradas atípicas, com saques em espécie e transferências para pessoas e empresas sem relação aparente com os contratos, como um restaurante local de pequeno porte. Parte dos valores desviados teria origem em repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), destinados à estruturação da rede pública de saúde do município.
As medidas cautelares visam aprofundar a coleta de provas e impedir a continuidade das práticas ilícitas. A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens e valores dos investigados no montante de R$ 7.427.792,05 — valor correspondente aos pagamentos realizados à empresa investigada.
Os alvos da operação respondem por suspeita de fraude em licitação, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem chegar a 30 anos de reclusão.
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