Protagonismo do agronegócio na COP30 cria novo parâmetro para COP31
O evento realizado em Belém registrou crescimento de 14% no número de delegações de empresas, movimento interpretado como sinal de que o setor privado busca ocupar um espaço estratégico na formulação das agendas climáticas globais.

O avanço da participação empresarial na COP30 criou um novo parâmetro para a COP31, prevista para 2026, na Turquia. O evento realizado em Belém registrou crescimento de 14% no número de delegações de empresas, movimento interpretado como sinal de que o setor privado busca ocupar um espaço estratégico na formulação das agendas climáticas globais.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiEntre os grupos que mais expandiram sua atuação, o agronegócio brasileiro assumiu papel central. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) levou 36 delegados à COP30, alta de 140% em relação aos 15 representantes enviados à COP29. O salto posicionou a entidade entre as mais presentes no evento, segundo levantamento da Repórter Brasil a partir de dados da DeSmog.
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Essa ampliação veio acompanhada de uma articulação inédita com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que atuou de forma coordenada com a confederação. Nos painéis, a estatal funcionou como base científica do setor, fortalecendo o discurso de que a agricultura brasileira pode ampliar sua produção ao mesmo tempo em que reduz emissões.
A percepção de força política foi reforçada nos bastidores. O deputado Arnaldo Jardim, integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), sintetizou o clima entre lideranças do setor ao afirmar que “não haverá novas COPs sem protagonismo do agro”. Para representantes do agronegócio, a COP30 marcou uma virada: o setor estaria deixando o papel defensivo que historicamente ocupou no debate climático para se apresentar como agente indispensável das metas de descarbonização, especialmente por meio de tecnologias de baixa emissão e práticas agrícolas sustentáveis.