Apesar de potencial, ES enfrenta desafios no mercado de energia solar
Presidente da Frente Capixaba de Energia Distribuída, ligada à Confederação Movimento Solar Livre, Eggert apresentou dados que mostram a expansão da energia solar no território capixaba.

O representante do segmento de energia solar, Luciano Juliatti Eggert, destacou na Tribuna Popular desta quarta-feira (3), na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), os desafios enfrentados por trabalhadores e empresários do setor no Espírito Santo. Segundo ele, embora o estado tenha forte potencial para ampliar o uso dessa matriz energética, apenas 3,5% das unidades consumidoras contam com sistemas de geração própria. “É muito pouco”, afirmou.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiPresidente da Frente Capixaba de Energia Distribuída, ligada à Confederação Movimento Solar Livre, Eggert apresentou dados que mostram a expansão da energia solar no território capixaba. Atualmente, todos os 78 municípios do estado possuem unidades de geração, somando mais de 87 mil usinas em operação.
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O avanço do setor também impulsionou a economia local. De acordo com Eggert, já foram criados mais de 35 mil empregos na área de geração distribuída, especialmente após 2020, quando incentivos estimularam o crescimento do mercado. Nos últimos cinco anos, o setor movimentou mais de R$ 3 bilhões em impostos no Espírito Santo, informou o convidado, indicado pelo deputado Bispo Alves (Republicanos).
Apesar do cenário promissor, Eggert criticou a postura da concessionária de energia elétrica, que, segundo ele, reprova 80% dos projetos de instalação de sistemas de energia solar. Além do alto índice de rejeição, a demora de até 45 dias para análise das propostas tem causado prejuízos. “Estamos sofrendo”, desabafou, ao relatar que muitos consumidores só descobrem a reprovação após obterem financiamento para o investimento.
Eggert defendeu medidas para estimular o crescimento do setor no estado. “Precisamos de benefícios para que esse mercado continue crescendo. Empresários estão enfrentando dificuldades, trabalhando no vermelho e até demitindo funcionários porque os projetos não são aprovados a tempo”, detalhou.
Ele também questionou a atuação da concessionária pública na venda de energia solar, levantando dúvidas sobre concorrência e monopólio. “A concessionária não pode tirar do consumidor o direito de gerar sua própria energia”, afirmou.
Para melhorar o ambiente regulatório e incentivar a expansão da energia solar no Espírito Santo, Eggert sugeriu a adoção de políticas já aplicadas em outros estados, como o IPTU Verde, programas de crédito de carbono e a criação de uma comissão específica para fiscalizar a atuação da concessionária.