Economia do Espírito Santo deve crescer 1,9% em 2026, aponta IAE-FINDES
Projeções do Observatório Findes indicam desempenho acima da média nacional e fortalecimento dos setores produtivos

A economia do Espírito Santo deve manter trajetória positiva e crescer 1,9% em 2026. A projeção consta no Indicador de Atividade Econômica (IAE-FINDES), divulgado pelo Observatório Findes.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiAntes disso, o estudo aponta crescimento de 3,9% para 2025. Caso as estimativas se confirmem, o Estado alcançará o quarto ano consecutivo de expansão do Produto Interno Bruto.
Leia também: Presidente Kennedy: nova lei atualiza taxas municipais
Além disso, os números colocam o Espírito Santo acima da média nacional. Segundo o Boletim Focus, o Brasil deve crescer 2,3% em 2025 e 1,8% em 2026.
As análises foram apresentadas em coletiva de imprensa realizada pelo Observatório Findes, na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo.
Avaliação da indústria
O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Paulo Baraona, afirmou que 2025 impôs desafios relevantes ao setor produtivo. Segundo ele, os juros elevados marcaram o início do ano.
Além disso, a taxação imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras impactou diretamente o Espírito Santo. O dirigente lembrou que quase um terço das exportações capixabas segue para o mercado norte-americano.
Por outro lado, Baraona destacou a busca por novos mercados. Em dezembro, a Findes firmou um memorando de entendimento com a Decom Mission para ampliar negócios com empresas europeias.
Contudo, segundo o presidente, o foco para 2026 será aprofundar parcerias e estruturar projetos estratégicos. A iniciativa envolve logística, metalmecânica, economia circular e sustentabilidade ambiental.
Desempenho econômico em 2025
A economia capixaba cresceu 2,5% entre janeiro e setembro de 2025. O resultado superou o avanço do PIB brasileiro no mesmo período.
Nesse intervalo, todos os setores registraram crescimento. A agropecuária avançou 16%, a indústria cresceu 3,7% e os serviços subiram 0,6%.
A economista-chefe da Findes e gerente do Observatório Findes, Marília Silva, explicou que o avanço ocorreu mesmo com o aperto monetário. Segundo ela, setores menos sensíveis aos juros sustentaram o crescimento.
Ainda de acordo com Marília, a agropecuária ganhou força com ganhos de produtividade. Já a indústria extrativa avançou graças ao planejamento de longo prazo das empresas.
Indústria e energia
A indústria extrativa cresceu 12,2% até setembro. A pelotização do minério avançou 7,8%, enquanto a produção de petróleo e gás subiu 14,9%.
O gerente de Ambiente de Negócios do Observatório Findes, Nathan Diirr, destacou o desempenho da produção offshore. Segundo ele, a maior parte da produção ocorreu em campos marítimos.
Além disso, a atividade de energia e saneamento cresceu 0,6%, impulsionada pelo aumento do consumo de energia elétrica residencial e industrial.
Porém, a indústria de transformação recuou 0,9%. A queda refletiu menor produção de minerais não-metálicos e alimentos industrializados.
Assim, a construção civil também registrou retração de 1,5%. Nathan Diirr explicou que o setor sofre maior impacto do crédito caro e dos juros elevados.
Serviços e comércio
O setor de serviços cresceu 0,6% no acumulado do ano. Todas as atividades apresentaram resultados positivos.
Os transportes avançaram 1,3%, puxados pela maior demanda por cargas agrícolas e industriais. Já o comércio cresceu 0,9%.
Segundo Marília Silva, a queda consistente do desemprego sustentou o consumo das famílias. Esse movimento ajudou a reduzir os efeitos da inflação e dos juros altos.
Agropecuária em destaque
A agropecuária liderou o crescimento percentual em 2025, com alta de 16%. A agricultura avançou 15,9%, impulsionada pela safra do café e outras culturas.
A pecuária também cresceu 2%, com bom desempenho da produção de bovinos, leite, aves, suínos e ovos.
Por fim, Nathan Diirr explicou que o café conilon compensou a bienalidade negativa do arábica. Segundo ele, o clima favorável e as práticas agrícolas eficientes impulsionaram a produção.