Radical democrata

A última quarta-feira de cinzas foi um dos dias mais lamentáveis que presenciei em vida. Depois de longas batalhas e movimentos da sociedade civil, finalmente o Brasil conseguiu sair das mazelas da Ditadura Militar e construir um estado democrático de direito. Como pode, nesse exato momento, parcela significativa da população aviltar contra o contrato social […]

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em 10 de nov de 2022, às 09h27

A última quarta-feira de cinzas foi um dos dias mais lamentáveis que presenciei em vida. Depois de longas batalhas e movimentos da sociedade civil, finalmente o Brasil conseguiu sair das mazelas da Ditadura Militar e construir um estado democrático de direito. Como pode, nesse exato momento, parcela significativa da população aviltar contra o contrato social firmado há décadas atrás?

“Mas nós somos conservadores, não aceitamos o resultado das eleições”. Primeiramente, absolutamente NENHUM conservador, bem estudado e com bagagem teórica, proferiria uma coisa dessas. Conservadorismo pressupõe a estabilidade das instituições e a negação de movimentos revolucionários, propor golpe de estado não vale.

Todos os cidadãos têm direito à liberdade de expressão e a protestarem, mas esse limite é ultrapassado a partir do momento em que a intolerância é regra e os manifestantes explicitamente defendem um golpe de estado. Obviamente que nem todos pensam assim, porém, cartazes como “Intervenção Federal Já” e “Destituição do STF” são injustificáveis e um atentando contra o jogo democrático.

Já que a moda agora é ser polarizado ou radicalizado, jogarei na mesma moeda. Defenderei radicalmente a democracia e os direitos civis, sem passar pano para nenhum grupo, seja de esquerda ou direita.

Se realmente a democracia não valer nada para muitos brasileiros, então sugiro, sarcasticamente, a criação do programa “Minha Ditadura, Minha Vida”, para realocar nossos conterrâneos frustrados em nações antidemocráticas (aceito sugestões de quais países incluir nesta política pública).

Rafael Altoé é mestrando em Administração pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e apaixonado por Economia. 

 

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do AQUINOTICIAS.COM

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