Número de endividados de Vitória diminuiu no primeiro semestre de 2023
O endividamento ainda está num patamar alto, mas vem caindo mês a mês; cartão de crédito é o principal vilão.
O endividamento das famílias de Vitória registrou queda na passagem de maio para junho, mostrando 88,4% (-0,9 pontos percentuais) de famílias endividadas, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEI), realizada pela Fecomércio-ES com base nos dados coletados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em maio, o percentual de famílias endividadas era 89,3%. Em abril, 89,5%.
A pesquisa mostra que o cartão de crédito é o principal tipo de dívida, sendo apontado por 85,2% das famílias endividadas. O segundo mais representativo foi o crédito pessoal com 10,7%.
Entre os endividados, a parcela de comprometimento da renda mensal com dívidas ficou, em média, em 29,1% e com a renda comprometida pelos próximos 6,8 meses.
Segundo análise da Federação, o endividamento continuou no nível mais alto da série histórica, mas vem caindo gradativamente. Já a inadimplência não acompanhou essa tendência e permaneceu praticamente no mesmo patamar desde janeiro de 2023.
Um leve crescimento da inadimplência com variação de 0,3 pontos percentuais acima do mês anterior foi registrado em junho, mostrando que 37,2% das famílias não tiveram condições de pagar suas dívidas em dia e 20,8% não terão como pagar as dívidas atrasadas no próximo mês.
No Brasil, o endividamento no país ficou em 78,5% e o percentual de inadimplentes foi de 29,2%.
Comprometimento da renda
A parcela média da renda comprometida com dívidas se manteve em torno de 29%, mais baixo que a média registrada no mesmo mês no ano passado (31,3%), com a renda comprometida pelos próximos 6,8 meses. Já os inadimplentes afirmaram que o pagamento está atrasado, em média, há 69 dias.
Cabe destacar que, no mês de junho, enquanto as famílias de renda mais baixa apresentaram queda no endividamento (89,4%) e estabilidade na inadimplência (42,6%), as famílias de renda acima de dez salários mínimos mostraram crescimento nos dois indicadores, endividamento de 81,6% e a inadimplência de 5,0%.
Os que não terão condições de pagar suas dívidas no próximo mês ficaram em 24,2% na primeira faixa e na outra em 2,5%.
Na análise da Fecomércio-ES, a melhora na renda disponível com a trégua da inflação, os benefícios sociais e o mercado de trabalho positivo, mesmo que em menor ritmo, contribuíram para esse comportamento ao final do primeiro semestre.
Para os próximos meses, é possível que esses indicadores saiam da inércia já que o segundo semestre costuma ser mais movimentado para o comércio e serviços, devido às datas comemorativas e proximidade com o final do ano.
Desenrola Brasil
Quem quer limpar o nome e renegociar dívidas pode aproveitar o programa criado pelo governo federal Desenrola Brasil, que teve início nesta segunda-feira (17) e vai até o final do ano.
A etapa atual do programa é voltada para o grupo definido como Faixa 2, que são as pessoas com renda mensal superior a 2 salários mínimos (R$ 2.640) e menor que R$ 20 mil e que não estejam incluídas no Cadastro Único do governo federal.
As condições para renegociação das dívidas nessa serão diferenciadas e caberá a cada instituição financeira defini-las. Os bancos limparão o nome de consumidores negativados com dívidas até R$ 100, contraídas até dezembro de 2022.
Ao todo, cerca de 30 milhões de endividados devem ser beneficiados no País. No Espírito Santo, são 600 mil, segundo o Ministério da Fazenda.
O vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio), José Carlos Bergamin, conta que os lojistas estão “pegando carona” no programa e tomando iniciativas próprias para negociar com quem está com o nome sujo.
“A divulgação do Desenrola Brasil já estimulará muitos consumidores e comerciantes a negociarem, até fora das regras”.
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