A Polícia Civil, por meio da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, concluiu o inquérito policial que apurava o assassinato do empresário cachoeirense David Dalrio da Silva, 34 anos.
O crime ocorreu no dia 18 de junho, no apartamento de David, em Jardim Camburi, em Vitória. Natural de Cachoeiro de Itapemirim, David era proprietário de seguradora e estava morando na Capital há cerca de três anos.
O empresário foi asfixiado por Breno Ribeiro Freire, 26 anos, que usou o fio do ferro de passar roupas para matar a vítima. Os dois se relacionavam sexualmente há quatro meses, de acordo com o titular da DHPP, delegado Marcelo Cavalcanti.
Segundo Cavalcanti, vítima e acusado se conheceram por meio de um aplicativo de relacionamento gay. Breno, que trabalhava como caixa em um supermercado, percebeu que poderia tirar vantagens financeiras da vítima e, no dia do crime, foi à casa da vítima com intenção de roubar bens do empresário.
A versão de Breno, segundo a Polícia Civil, é de que ele teria asfixiado o empresário após uma discussão, mas que a intenção era, apenas, desacordar a vítima. “Ele alega que não é gay, ao contrario da vítima, que era assumidamente homossexual. Durante as investigações, Breno contou que a discussão começou porque, na relação sexual, ele é ativo e, naquele dia, a vítima teria forçado a passividade. Alegando até mesmo um possivel estupro e, por isso teria asfixiado a vítima No entanto, nossa conclusão é outra, ele queria, na verdade, obter vantagens financeiras”, destaca Marcelo.
Ainda de acordo com o delegado, nas imagens das câmeras de segurança do prédio onde a vítima residia, é possível ver o empresário com o comportamento amistoso e carinhoso e, ao mesmo tempo, a frieza de Breno, que não corresponde às carícias.
Breno ficou menos de três horas dentro do apartamento da vítima. Após se relacionarem sexualmente, ele matou David, tomou banho, colocou ração para os cachorros do empresário e, depois, fugiu levando o carro do empresário, um Jeep Compass. Ele foi preso no dia seguinte, 19/06, quando saiu de Vila Velha e entrou no município de Vitória. A prisão dele foi possível por meio do Cerco Inteligente, que são câmeras espalhadas por toda a cidade.
Amiga encontrou corpo
Depois de não conseguir contato com David, uma amiga dele, que tinha as chaves do apartamento, foi ao local e encontrou o empresário caído no chão, nu, ao lado da cama. Ela saiu do local e, imediatamente, chamou a PM. “Dias antes, David entregou as chaves de seu apartamento para uma amiga, em depoimento ela disse que parecia que ele estava sentindo que aquilo aconteceria, e que após tentar contato inúmeras vezes, foi à casa. Davi não ficava sem dar notícias dele nem aos amigos, nem à família”, disse Cavalcanti.
Relacionamento por aplicativo, um risco à vida
De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, relacionamentos por aplicativo são, na verdade, um risco à vida dos usuários. “Sempre orientamos a essas pessoas a tomarem cuidado. É rotineiro, há vários casos como esses. As pessoas entram em aplicativos para se relacionar e, de cara, já marcam encontros, levam para casa. Sem conhecer, sem saber a origem, sem saber a personalidade, sem saber o caráter da pessoa. É uma situação que, infelizmente, pode acabar como essa”, destacou Arruda.
Denúncias
A Polícia Civil destaca que a população tem um papel importante nas investigações e pode contribuir com informações de forma anônima por meio do Disque-Denúncia 181, que também possui um site onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas, o disquedenuncia181.es.gov.br. O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas.
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