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Milei: a receita de um desastre

Auto intitulado libertário e considerado pela mídia como extrema-direita, Milei surfa na onda do populismo de direita, o mesmo que levou Trump, Bolsonaro e outros líderes ao poder

2 mins de leitura

em 12 de set de 2023, às 10h41

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Por Rafael Altoé Frossard

As eleições primárias na Argentina consolidaram a vantagem do candidato Milei. Auto intitulado libertário e considerado pela mídia como extrema-direita, Milei surfa na onda do populismo de direita, o mesmo que levou Trump, Bolsonaro e outros líderes ao poder.

O virtual presidente argentino terá uma dura missão pela frente, herdará um país com a economia em frangalhos, poucos dólares em caixa e inflação nas alturas.

De certa forma, o diagnóstico de Milei está correto: a Argentina quer gastar mais do que arrecada e, para isso, precisa imprimir moeda, gerando inflação. Todavia, o “remédio” sugerido pelo candidato pode ser letal.

A ideia de dolarizar a economia Argentina falhará miseravelmente. Para concretizar tal objetivo, os argentinos precisariam de muitos dólares para manter a paridade da moeda, algo impossível em vista da falta de crédito do país.

Por outro lado, será difícil cortar 13% de gastos do PIB na “canetada”, isso causaria uma crise institucional e uma convulsão social sem precedentes. Além disso, o desprezo de Milei com causas ambientais, sociais e trabalhistas é algo notário, uma vez que propôs acabar com vários ministérios supostamente inúteis.

A situação que ocorre na Argentina é tão peculiar que, até mesmo um candidato de direita, está sendo mal visto pelo mercado. Assim que Milei confirmou sua vantagem nas urnas, o peso desvalorizou e o Banco Central argentino precisou subir a taxa de juros.

A Argentina se enfiou em um buraco muito, muito fundo. Milei pode até conter a inflação por um tempo, porém, quando o dólar acabar, ela voltará com força total e deixará os hermanos bem piores do que se encontram hoje. Não há nada a ser comemorado, apenas a certeza de que nosso principal parceiro comercial na América Latina caminha a passos largos para um desastre.

Rafael Altoé Frossard é professor do Centro Universitário São Camilo – ES e mestrando em Administração pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). 

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do AQUINOTICIAS.COM

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