Depois de quase 30 anos, a Feira dos municípios do Espírito Santo voltou. E essa volta trouxe uma região do Caparaó Capixaba com mais maturidade turística do que em 1996, na sua última participação no evento, retornando com maior estrutura e produtos qualificados. Os estandes dos municípios da região foram os mais visitados, durante a feira, em comparação a outras regiões turísticas, como destaca a diretora executiva do Consórcio Caparaó, Dalva Ringuier. Este ano, o evento aconteceu de 31 de agosto a 3 de setembro, no Parque de Exposições de Carapina, numa realização do Governo do Estado, por meio da Aderes, e apoio do Sebrae/ES.
Dalva Ringuier conta que lembra da participação dos municípios do Caparaó Capixaba na última Feira dos Municípios, em 1996. Participando de forma simples, ela recorda da motivação dos municípios, levando sua cultura, agroindústria, artesanato e o turismo que, “naquela época era ainda um sonho”. “O Fórum Pró Caparaó iniciou em 5 junho de 1995, tendo o Projeto Cama e Café como alternativa de Hospedagem Solidária, nas propriedades rurais, pois não existiam pousadas”, destaca Dalva.
Ela conta que a região começou a dar os primeiros passos, realmente, quando foi marcada a inauguração da Portaria Capixaba do Parque Nacional do Caparaó, em Pedra Menina, o que hoje é uma realidade. “E, atualmente, com a volta da Feira dos Municípios, a região retorna com um Consórcio Caparaó mais bem estruturado e os municípios mais qualificados, com seus atrativos turísticos, apresentando produtos certificados, como cafés especiais, queijos, iogurtes, polpas de frutas, mel, biscoitos caseiros, geleias, licores e doces, além de cervejarias artesanais, gastronomia diferenciada e artesanatos com qualidade”, enfatiza.
Maturidade turística e cultural
Dalva Ringuier também ressalta as apresentações culturais levadas pelos municípios do Caparaó para a Feira. Esse foi o caso do Boi Azulão, de Muniz Freire, a Quadrilha Sinhá da Mata, de Dores do Rio Preto, o Caxambu, de Alegre, o Teatro do Grupo Gota Pó e Poeira, de Guaçuí, a Lira Musical, de Irupi, e o Calango, de Ibatiba, entre várias outras apresentações de violeiros e cantores. Além do Maior Queijo do Mundo, do distrito de Itaici, em Muniz Freire, que abriu a Feira. Uma demonstração de que, além da maturidade turística, a região trabalha o fortalecimento de suas raízes culturais.
Tudo isso sendo apresentado dentro do pavilhão onde estavam os estandes da Região do Caparaó Capixaba. “Os municípios se mostraram preparados, disputando entre eles pela melhor ornamentação em seus estandes, na recepção aos visitantes e na apresentação de seus produtos”, destaca a diretora executiva do Consórcio.
Mas todo esse sucesso na Feira dos Municípios não significa que a região ainda não necessite de conquistas e não tenha obstáculos para seu desenvolvimento. Hoje, como ressalta Dalva Ringuier, a região precisa de mais capacitação e infraestrutura em suas estradas turísticas. “Precisamos atualizar o Plano Regional de Turismo, considerando as potencialidades de cada município, com sinalização turística e roteiros municipais, contendo pontos de informações turísticas, com venda de produtos qualificados, com selos, etc.”, coloca. “E, principalmente, necessita da implantação da tão sonhada Estrada Parque Modelo que contorna o Parque Nacional do Caparaó”, completa.
Qualificação e Educação Ambiental
A diretora executiva do Consórcio Caparaó pontua como prioridade outra necessidade essencial para o desenvolvimento do setor turístico. “A região precisa muito de pessoas qualificadas para receberem e atenderem o turista”, afirma. “E os municípios precisam se preparar para esse aumento do turismo que vem crescendo sem parar e também para a chegada de novos moradores, se preocupando com a questão ambiental que é fundamental para garantir a preservação desse paraíso natural”, acentua, se referindo ao patrimônio ambiental da Serra do Caparaó e toda a região.
Por isso, Dalva Ringuier coloca que, assim como a Feira dos Municípios voltou, o Consórcio precisa retornar, também, com suas feiras regionais, como a Mostra do Caparaó, o MoVA Caparaó (Mostra de Vídeos Ambientais da região) e o Encontro de Educadores Ambientais. “Precisamos envolver a juventude, para que despertem para a importância do pertencimento étnico e ambiental desse paraíso natural, chamado Caparaó Capixaba”, conclui.
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