Escritor Elias Elliot lança livro de contos inéditos no Caparaó
“Os Ladrões de Guarda Chuvas” aborda mitos, misticismo e inclinações demasiadamente humanas para traduzir a natureza da alma
A região do Parque Nacional do Caparaó, entre o Sul do Espírito Santo e Minas Gerais, se destaca pela natureza, pelos seus cafés especiais e premiados, pelas rotas turísticas e também por ser recanto de produções culturais e um refúgio místico.
Músicos, pensadores, poetas, escritores, artistas e todos os que estão sensíveis às energias criativas se identificam muito com esse pedaço de Mata Atlântica, que se eleva a 2.800 metros do nível do mar.
É nessa região, em Guaçuí, cidade com pouco mais de 30 mil habitantes, que se “refugiou” o escritor, poeta, compositor, ambientalista e ativista social Elias Elliot, que está lançando seu mais recente livro, dessa vez de contos inéditos: “Os Ladrões de Guarda Chuvas”.
O autor tem 73 anos e, há quatro, vive no Espírito Santo, migrado de Campinas, no interior de São Paulo. Ele, que é natural Tumiritinga, no Vale do Rio Doce mineiro, tem uma carreira reconhecidamente consolidada como escritor.
Com várias obras publicadas e apreciadas pela crítica de jornais como Folha de São Paulo, Correio Popular, Diário da Tarde, Jornal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ele também foi colaborador de muitos outros jornais paulistas e nacionais do início dos anos 90 até meados de 2005.
“Elliotiano”
Em sua vida, tão “elliotiana” quanto a sua literatura, o autor busca revelar a natureza da alma por meio da experimentação humana da fraqueza, da queda, do pecado, do choque, do atrito com a consciência, da ruptura com a moral e da solidão.
Ele extrai poesia de angústias libertadoras. Foi da angústia que o escritor Elias Elliot realizou o seu salto filosófico e é de lá, que sua obra lança a proposta para que os leitores também reconheçam em si, essa oportunidade transcendente.
“Eu abordo questões diversificadas, que mexem com a percepção, a sensibilidade, crenças e descrença nos mitos cultivados; Deus, deuses, demônios, anjos, botos etc. Mas a obra quer também desmistificar personagens ardentes que vivem com a intensidade encontrada nas drogas, na pedofilia ou na prostituição. Todas as personagens encontradas na obra, são resultantes da nefasta criação do trucidante sistema do capitalismo de Estado que soterra a dignidade dos seres no início do século 21 do terceiro milênio”, revela o autor.
Confira o trecho de um dos contos do livro!
As Iaras
Os Guaporés lançaram seus avisos de perigo. Os Titãs agora se agarravam corpo a corpo suarentos, escorregadios, gigantescos, ambos irradiavam determinação. Cingidos pela insinuante coloração Luana, os corpos brilhavam céleres. Pela bela avenida da via láctea, o caminho por onde logo desfilaria o guerreiro derrotado, estava aceso lindamente pelo brilho das estrelas. Moban prendeu o campo de forças do guerreiro adversario na altura dos rins e tentava triturar seus ossos. Paraty, descomunal, jogando com os braços tentava se libertar, o vencedor começava a despontar. O sinistro Paraty buscou atingir o coração do Mobane; que sentiu a mordida logo abaixo da costela. Moban começava a morrer. Paraty tentava puxar dos pulmões, o ar que lhe faltava após o mortal abraço de Moban e nem viu como morreu pois… Ah, terrível amor!.
Expulsa do convívio dos irmãos de sangue, o sagrado “Monte Iró Terra Boa”, passou à morada definitiva da Virgem e Assaí Assú aceitava , indiferente, a sua sina.
Lá nas florestas de Monte Iró, no grande paraíso amazônico, quando em noites de lua cheia o uirapuru lança seu canto tardio de humano e de pássaro, enchem-se as matas de um canto inconsolável, pelas incomensuráveis florestas da terra das Amazonas.
Outros Projetos
O autor antecipou com exclusividade para o portal AQUINOTICIAS.COM que deve lançar em breve, o romance “Numa favela Carioca”, além de preparar outra reunião de contos, “Um macaco à procura de Deus”. Ele trabalha paralelamente no “Ensaio de Filosofia da Alma”, intitulado “Alma e Poesia”.
Elias Elliot já doou mais de 40 mil exemplares para o projeto sociocultural “Livro na Cesta, bola na rede”, que enriquece com literatura as cestas básicas de trabalhadores que ganham até 1,5 salários mínimos.
Livro: “Os Ladrões de Guarda Chuvas”
Elias Elliot, Editora Viseu.
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