Microchip em cão identifica tutor que abandonou e causou maus-tratos
O animal foi contemplado pelo Programa Vitória da Castração Animal

Um microchip implantado em um cão possibilitou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) a identificação do tutor que praticou maus tratos contra o animal. O animal foi contemplado pelo Programa Vitória da Castração Animal, e chip associado ao CPF do munícipe de Vitória.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiAs informações obtidas por meio do chip permitiram apresentação de provas às autoridades policiais, pelo fato de o animal ter sido abandonado, sofrer maus-tratos e apresentar, no momento do resgate, saúde fragilizada. O cão estava desidratado e sem reações ao ser manipulado para o socorro, por estar em um saco plástico, amarrado, o que caracteriza crime ambiental de maus-tratos.
O cão, da raça Pitbull, foi resgatado pela equipe do Bem-Estar Animal, da Semmam, no início desta semana, em um terreno situado no bairro Resistência, na capital, após receber denúncia de moradores da região pelo Fala Vitória 156. O animal foi levado imediatamente para clínica contratada pelo município para receber os cuidados necessários, mas, devido a gravidade que estava, chegou ao óbito.
Na clínica, os veterinários ao examinarem o cão para procedimento cirúrgico constataram que ele apresentava pedras e metais alojados no estômago e na articulação mandibular, além de displasia coxofemoral, uma má formação da articulação do quadril e também por tecidos moles próximos.
Política pública
“Este sistema eletrônico é uma forma de evitar o abandono de animais. E se o animal resgatado tiver esse dispositivo, o que foi o caso, é possível identificar o tutor. Isso demonstra que a política pública permanente que está em execução na capital está no caminho certo e veio para atender a quem realmente precisa e quem luta pelos animais, além de ajudar no controle dos animais errantes”, destacou o secretário municipal de Meio Ambiente, Tarcísio Föeger.
Ainda de acordo com o secretário, diante da conduta de maus-tratos e abandono de animais, com base nas leis Municipal 8.121/2011 e Federal de número 9.605/1998, a equipe do Bem-Estar Animal acionou as autoridades policiais para possível responsabilização penal do tutor pela prática, em tese, de crime ambiental, diante da conduta de supostos maus-tratos e abandono de animais.
A gerente de Bem-Estar Animal, Katiúscia Rodrigues Oliveira, ressaltou que a formalização das denúncias por meio do Fala Vitória 156 é fundamental para que os animais possam ser resgatados e levados para tratamento e terem cuidados necessários.
“É importante também a pessoa se municiar de provas, que vão nos ajudar a responsabilizar quem pratica essa conduta de maus-tratos com animais, e fazer a denúncia para que possamos então apurar o acontecido e dar os devidos encaminhamentos à situação para que não venha novamente a ocorrer”, reforçou. “Desta forma, situações como a que encontramos, não ficam impunes e o infrator responder pelo crime de maus-tratos. É preciso a colaboração da sociedade”, complementa.
Legislação Vigente
A Lei Municipal n° 8.121/2011, no artigo 19 sobre a manutenção e cuidados com o animal, estabelece normas para a guarda responsável de animais domésticos, trata, em seu primeiro capítulo, de questões relacionadas à proibição do abandono de animais domésticos e/ou domesticados em logradouros públicos ou em áreas particulares, quando desabitadas ou vazias por mais de 48 horas, sendo áreas particulares, residências vazias, desabitadas ou inabitadas; terrenos; fábricas; galpões; e estabelecimentos comerciais.
Caso pessoas físicas ou jurídicas incorram em infração, a Prefeitura pode aplicar multa, como consta na legislação vigente. A Lei de Crimes Ambientais (nº 9605/98) prevê maus-tratos como crime, sendo o abandono uma das formas de maltratar o animal. E a nova lei federal, 14.064/2020, alterou o artigo 32 da Lei 9.605/98, aumentando a pena de 2 a 5 anos de reclusão, quando se tratar de maus-tratos de cães e gatos.
Em casos de denúncias de abandono de animais, certifique-se da veracidade da situação e ligue para Fala Vitória 156. Denuncie!