Dia Mundial do Câncer: como o apoio da família ajuda a superar a doença
A Gabriela sempre teve Deus e a sua família ao seu lado e isso foi fundamental no seu tratamento
Neste domingo, 4 de fevereiro, celebra-se o Dia Mundial do Câncer. Em todo o mundo a data significa uma importante conscientização no calendário global da saúde que propõe ações de educação, de esclarecimento e de diálogo com governos.
De fato, receber um diagnóstico de câncer não é uma notícia muito fácil. Recentemente, acompanhamos a história do empresário Roberto Justus e sua filha Fabiana Justus, diagnosticada com leucemia, um tipo de câncer que ataca o sangue.
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Leucemia também acometeu cachoeirense
Ela era uma jovem de 26 anos, fazendo um simples exame de admissional para um estágio numa empresa quando descobriu algo anormal.
Gabriele Cruz Freitas, hoje com 29 anos, moradora de Cachoeiro de Itapemirim, se viu assustada com a notícia de um câncer, algo completamente novo e pavoroso. “Não tinha nenhum caso na minha família, mas foram eles e Deus que me deram todo o amor e apoio que eu precisava para não desistir de lutar pela minha vida”, disse.
E ela foi guerreira mesmo. Diante do diagnóstico, portanto, ela começou o tratamento com o Dr. André Sena, no Hospital Evangélico de Cachoeiro. A primeira linha de tratamento de quimioterapia não saiu conforme o esperado então ela passou por uma nova, mais forte e mais arriscada. “Achei que não ia sobreviver. Tive muitos efeitos colaterais”, lembra Gabriela.
Então, ela foi encaminhada para transplante, com um doador 50% compatível, no hospital de base, em São José do Rio Preto, em SP. O doador? Seu irmão, Carlos Henrique.
“A todo momento mantive minha fé em Deus, sempre desejei viver e realizar meus sonhos, não aceitava que ali seria meu fim, pois tinha certeza que Deus ainda tinha grandes coisas a realizar através da minha vida” relata, muita grata pelo carinho que sempre recebeu e recebe da família e dos amigos também.
Após a infusão das células tronco, foram 19 dias para sua medula começar a trabalhar com as células do doador. “Dr. André disse que me recuperei em 16 dias, mas isso foi porque o hemograma precisa se manter, ou subir as células, por três dias seguido”, conta.
De volta à rotina
Agora ela segue em acompanhamento com uma equipe médica em São Paulo, mas a vida continua. Ela está de volta a sua rotina de estudos, trabalho e todas as suas atividades cotidianas de uma moça normal de sua idade.
E o seu conselho para todos é: “Mantenha a fé, creia na cura, pensamento positivo! Quando vier o dia difícil lembre que Jesus está contigo e Ele já garantiu a vitória na cruz por você. Você não está só! Em tudo e para tudo Deus tem um propósito”.
Atenção aos sintomas
Médico hematologista em Cachoeiro há mais de 30 anos, o Dr. André Sena, destaca, neste Dia Mundial do Câncer, o caso da Gabriela como um sucesso, tendo em vista os percalços que ela enfrentou durante o tratamento. E orienta sempre estar atento aos sinais.
“Muitas pessoas não prestam atenção aos sintomas, pois eles podem ser confundidos com os de outras doenças. Se notar que está muito cansado, uma palidez – diferente de icterícia -, fadiga, manchas roxas inexplicáveis, é hora de procurar um médico”
No setor de Oncologia do Hospital Evangélico, atualmente 1.500 pessoas tratam de câncer. A média de cura em países subdesenvolvidos como o nosso, é de 60%, devido principalmente ao diagnóstico tardio.
Sobre a data
O Dia Mundial do Câncer foi instituído em 2005 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) — organização mundial não-governamental com sede na Suíça —, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), e tem como principal objetivo fazer com que o maior número de pessoas ao redor do planeta fale sobre a doença.
No Brasil, a iniciativa é protagonizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), instituição parceira da UICC, para influenciar a mobilização de governos e indivíduos para o controle do câncer.
Aliás, o tema da campanha, no triênio 2022-2024, é a importância da equidade no controle do câncer, que abordará as barreiras que impedem as pessoas em todo o mundo de ter acesso aos cuidados fundamentais para o tratamento da doença.
De 2019 a 2021, a campanha apresentou o tema “Eu sou e eu vou” (“Eu sou solidário e vou dar meu apoio a quem tem câncer”).
A doença
Câncer é um termo que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas que têm em comum o crescimento desordenado de células que podem invadir tecidos adjacentes ou órgãos a distância.
A leucemia é um dos tipos dos canceres das células sanguíneas da medula óssea, em sua maioria os glóbulos brancos e, contudo, geralmente, é de origem desconhecida.
A medula óssea é o local onde são produzidas as células sanguíneas e ocupa o centro dos ossos. Nela são encontradas as células que dão origem aos glóbulos brancos (leucócitos), aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e às plaquetas.
Na leucemia, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética que a transforma em uma célula cancerosa.
Essa célula anormal não funciona de forma adequada, multiplica-se mais rápido e morre menos do que as células normais. Dessa forma, as células sanguíneas saudáveis da medula óssea vão sendo substituídas por células anormais cancerosas.
Existem alguns tipos de leucemia, todavia, a classificação baseia-se no crescimento podem ser uma leucemia aguda (crescimento rápido) ou crônica (crescimento lento) e também a partir do tipo de célula acometida: células linfoides ou células mielóides.
Principais tipos de leucemias
- Leucemia Linfoide Aguda: Mais comumente observado em crianças e apresenta rápido desenvolvimento
- Leucemia Linfoide Crônica: Afeta principalmente indivíduos adultos, geralmente a partir dos 50 anos. Tem crescimento mais lento. Raramente ocorre em crianças.
- Leucemia Mielóide Aguda: É, portanto, o tipo mais comum de leucemia em adultos e tem desenvolvimento muito rápido. Raramente ocorre em crianças. Aliás, na leucemia mieloide aguda a medula óssea produz muitas células sanguíneas anormais que se acumulam pelo corpo.
- Leucemia Mielóide Crônica: Caracteriza-se por uma produção excessiva de glóbulos brancos e por ter uma evolução lenta. Acomete em geral pessoas idosas.
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