Após sete anos, homem que cometeu quatro estupros no ES é preso com auxílio do DNA
Os crimes foram cometidos em 2017 na Serra

Um homem de 39 anos, acusado de cometer quatro estupros no município da Serra, em 2017, foi preso pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES). A prisão foi realizada por meio da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (DIV-Deam) e da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Serra. O indivíduo foi preso na última quinta-feira (04), em Guarapari.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiA prisão do homem contou com o apoio da Superintendência de Polícia Especializada (SPE), por meio do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Após a inserção dos vestígios das vítimas de 2017, a Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES), por meio do Banco Estadual de Perfis Genéticos, confrontou os dados da análise pericial de DNA com os de presos condenados e identificou o mesmo criminoso para as quatro vítimas de violência sexual. Os crimes ocorreram entre maio e setembro de 2017, nos bairros Feu Rosa, Cidade Continental, Serra Dourada I, Vila Nova de Colares, no município da Serra. A PCIES repassou o resultado para a Polícia Civil e o Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
Impunidade
“Esse é um caso emblemático porque coloca fim a sete anos de impunidade. Quatro estupros praticados contra quatro mulheres em 2017, e, agora, em 2024, graças aos investimentos que foram feitos em tecnologia na Polícia Civil e na Polícia Científica, conseguimos comprovar sem sombras de dúvida que esse indivíduo foi responsável pelos crimes. Trabalho integrado entre as instituições que resultou numa prisão importante e uma resposta à sociedade”, afirmou o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Eugênio Ricas.
Com a identificação do autor dos estupros e com a localização dele, a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher da Serra, delegada Ana Karolina Marques, representou pela decretação da prisão do indivíduo. “Após a identificação dele, por meio do DNA, iniciamos uma força-tarefa para localizá-lo e representamos pela prisão dele. Quando conseguimos a localização dele, foi feita uma nova representação pelo mandado de busca e apreensão e a prisão foi realizada”, disse a delegada.
“Os resultados demonstram o enorme potencial de ferramentas periciais modernas, como o Banco Estadual de Perfis Genéticos, especialmente para os casos não solucionados, que, empregando ciência e tecnologia, permitem a obtenção de provas periciais robustas e de elevado valor probatório para a persecução penal, muitas vezes apontando a autoria do crime”, explicou o perito oficial geral da Polícia Científica do Espírito Santo, Carlos Alberto Dal-cin.
“Mais um estuprador preso pela nossa equipe. O crime de estupro é uma das piores violências que uma mulher pode sofrer. Fere o corpo, a liberdade, a dignidade sexual da mulher. É um crime repugnante. Peço que as mulheres vítimas desse tipo de violência não se calem. Procurem as nossas delegacias especializadas e façam a denúncia. Esses homens que insistem em praticar esse tipo de crime não passarão impunes e serão devidamente responsabilizados”, destacou a chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, delegada Cláudia Dematté.
Banco Estadual de Perfis Genéticos
As vítimas de violência sexual formalizam a denúncia na Polícia Civil e são encaminhadas à Polícia Científica do Espírito Santo. No Departamento Médico Legal (DML), se coleta os vestígios biológicos, por meio do exame de corpo de delito. O material é enviado ao Laboratório de DNA Forense, onde é periciado e os perfis genéticos obtidos são inseridos no Banco Estadual de Perfis Genéticos.
Nesse fluxo, os materiais adicionados ao Banco Estadual de Perfis Genéticos são confrontados com o acervo de perfis oriundos de vestígios de outros crimes e de presos condenados. O Banco Estadual de Perfis Genéticos é administrado pelo Laboratório de DNA Forense da Polícia Científica do Espírito Santo e conta, atualmente, com os perfis genéticos de mais de 7.500 presos condenados, que tiveram o material biológico coletado conforme previsto na Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/1984), e de mais de 500 vestígios de crimes contra a vida, contra o patrimônio e contra a dignidade sexual.
O Laboratório de DNA Forense está processando o arquivo (backlog) de vestígios de crimes que estão sob sua custódia, independentemente de provocação ou requisição por parte de autoridades, e os perfis genéticos obtidos estão sendo inseridos no Banco Estadual de forma contínua. Até o momento, o Banco apontou mais de 80 coincidências envolvendo vestígios criminais, auxiliando cerca de 40 investigações.
As coincidências entre perfis são verificadas e analisadas pelos peritos do laboratório, e os resultados confirmados em laudos periciais específicos, constituindo prova material de elevado valor probatório, especialmente nos casos com autoria desconhecida.
“É muito importante que as vítimas de crimes contra a dignidade sexual não deixem de procurar as unidades policiais e, principalmente, de realizar os exames no DML, possibilitando a coleta de vestígios de DNA que poderão culminar com a identificação do estuprador”, ressaltou o chefe do Laboratório de DNA Forense da PCIES, perito oficial criminal Caio Nucci Araújo.