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Cultura

Escritora lança livro sobre mulheres capixabas em São José do Calçado

A autora celebra essa data importante, destacando o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Por Redação

3 mins de leitura

em 19 de jul de 2024, às 12h46

Foto: Divulgação/Governo do ES
Foto: Divulgação/Governo do ES

O mês de julho, dedicado aos escritores e as Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, foi escolhido pela escritora e pesquisadora Bárbara Pérez para o lançamento do livro “Mulheres capixabas e suas histórias”, que acontece no próximo sábado (27), às 19h, na sede da Academia Calçadense de Letras situada no município de São José do Calçado.

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A autora celebra essa data importante, destacando o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, lembrado em 25 de julho, um marco de luta e resistência para enfrentar a discriminação racial, social e de gênero. Além disso, celebra-se também o Dia do Escritor.

As 185 páginas da obra são inteiramente dedicadas às mulheres que viveram e vivem no Espírito Santo, simbolizando a riqueza cultural e a diversidade capixaba. Mais do que prestar homenagem a elas, a autora pretende apresentar à nova geração os valores dessas mulheres, a partir de suas vivências e realizações.

Realizada com recursos do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), da Secretaria da Cultura (Secult), a coletânea de contos e crônicas celebra a força, as missões, a resiliência e a singularidade das mulheres do Espírito Santo.

Símbolos

Uma dessas personagens é a parteira Dona Benedita, responsável por trazer ao mundo inúmeras crianças do município – incluindo a própria autora. Sua história é resgatada em “As parteiras de Mimoso do Sul”. Já em “As lavadeiras do Rio Muqui”, Bárbara Pérez conta sobre o trabalho das lavadeiras do Córrego do Rochedo e seus dramas. Entre elas, destaca-se Maria de Jesus, negra escravizada que foi estuprada pelo patrão, um fazendeiro branco e rico.

Outra homenageada na obra é Dona Maria Tatagiba 1904 -1979), calçadense que viveu em missão na linda “Cidade entre montanhas e flores”, na árdua tarefa de “catar” flores e distribuí-las nos altares de todas as igrejas (era eclética) e, também, em vários cemitérios. A missão se estendia para municípios vizinhos, entrando nos ônibus sem pagar, já que todos a conheciam. Suas vestes longas, pés descalços, cabelos desgrenhados sob um véu negro, carregando nos braços rosários de contas grossas, quadros de santos, velas acessas e braçadas de flores, eram sua habitual rotina pela cidade, assustando às vezes as crianças daquela época.

Em ‘A Eterna Primeira Dama’, conforme o título da crônica de Bárbara Pérez, é dedicada à Dona Terezinha Abreu Vieira de Rezende, professora aposentada, que ocupou por diversas vezes o cargo de assistente social (voluntária) na época em que foi primeira-dama. Ela cuidava das creches e de toda a parte social de forma voluntária. Dona Terezinha está com 94 anos, debilitada com algumas sequelas da idade, porém, sem perder a vivacidade e o vigor. Ela ainda mantém cabelos e maquiagens prontos para receber visitas importantes em sua sala ampla, onde seu esposo José Vieira de Rezende (in memoriam) realizava suas reuniões políticas.

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