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O espírito da guerra

EGRÉGORA: formação de um espírito coletivo entre pessoas reunidas em um propósito, um ente imaterial, alimentado pelos atos

3 mins de leitura

em 30 de ago de 2024, às 16h54

Foto: Pixabay
Foto: Pixabay

Por Ricardo Lemos

EGRÉGORA: formação de um espírito coletivo entre pessoas reunidas em um propósito, um ente imaterial, alimentado pelos atos, palavras e pensamentos dos indivíduos.

“Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, ali estarei” – disse Jesus.

Exemplo claro de EGRÉGORA, atraindo e plasmando o espírito do Cristo entre aqueles que se encontrem reunidos em Seu Nome.

Por extensão, qualquer que seja o propósito da reunião de dois ou mais indivíduos estará também atraindo vibrações de teor análogo, formando as mais diversas egrégoras.

A guerra, por exemplo infeliz e infelizmente tão mais frequente que qualquer outro entre os homens, desde que o mundo é mundo. EGRÉGORA sombria, sangrenta, caótica.

Há quem diga que a guerra é uma só, desde Caim e Abel, que só vai mudando de lugar e de técnica, sofisticando-se, modernizando-se, “evoluindo”.

Mas em um universo paralelo das egrégoras, distante e atemporal, encontramos, sentados a discutir em o que parece ser um café vienense, os espíritos das duas grandes guerras.

Em uma conversa tensa, de cordialidade forçada e gestos calculadas, desfilam suas estupidezes (toda guerra é estúpida).

“Fui a Primeira da era moderna e a última das guerras românticas, uma verdadeira aula de evolução tática, mesclando o tinir de espadas e o galopar de cavalos a máquinas a vapor e bombardeiros aéreos. Onde ainda se lutava com honra e lealdade. Não resta dúvida de que sou a mais importante…”

“Qual o quê!” – retrucou com empáfia a Segunda – eu abrangi a quase totalidade do tal mundo civilizado, dizimei nações inteiras, ceifei a vida de uns poucos tiranos e de um sem número de inocentes. Vi o homem brincar de Deus, o que mata, mudando para sempre o curso da história.”

Enquanto ia subindo de tom o debate entre a primeira e a segunda, eis que adentra o recinto um adolescente, quiçá ainda impúbere, cabeça baixa, meio tímido, interrompeu a conversa, dizendo:

“Pois eu fui a última!…”

As outras duas se entreolharam, entre incrédulas e desdenhosas. Uma criou coragem e perguntou:

“Quer dizer que os homens finalmente despertaram para um mundo de paz, não violência, respeito e fraternidade?”

“Não” – respondeu a Terceira Guerra.

“Não sobrou ninguém”

** Ricardo Lemos é escritor, poeta, músico, compositor; especialista em generalidades, ativista da causa animal e humana e atua há 30 anos no comércio exterior de rochas ornamentais.

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do AQUINOTICIAS.COM

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