O espírito da guerra
EGRÉGORA: formação de um espírito coletivo entre pessoas reunidas em um propósito, um ente imaterial, alimentado pelos atos
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em 30 de ago de 2024, às 16h54
Por Ricardo Lemos
EGRÉGORA: formação de um espírito coletivo entre pessoas reunidas em um propósito, um ente imaterial, alimentado pelos atos, palavras e pensamentos dos indivíduos.
“Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, ali estarei” – disse Jesus.
Exemplo claro de EGRÉGORA, atraindo e plasmando o espírito do Cristo entre aqueles que se encontrem reunidos em Seu Nome.
Por extensão, qualquer que seja o propósito da reunião de dois ou mais indivíduos estará também atraindo vibrações de teor análogo, formando as mais diversas egrégoras.
A guerra, por exemplo infeliz e infelizmente tão mais frequente que qualquer outro entre os homens, desde que o mundo é mundo. EGRÉGORA sombria, sangrenta, caótica.
Há quem diga que a guerra é uma só, desde Caim e Abel, que só vai mudando de lugar e de técnica, sofisticando-se, modernizando-se, “evoluindo”.
Mas em um universo paralelo das egrégoras, distante e atemporal, encontramos, sentados a discutir em o que parece ser um café vienense, os espíritos das duas grandes guerras.
Em uma conversa tensa, de cordialidade forçada e gestos calculadas, desfilam suas estupidezes (toda guerra é estúpida).
“Fui a Primeira da era moderna e a última das guerras românticas, uma verdadeira aula de evolução tática, mesclando o tinir de espadas e o galopar de cavalos a máquinas a vapor e bombardeiros aéreos. Onde ainda se lutava com honra e lealdade. Não resta dúvida de que sou a mais importante…”
“Qual o quê!” – retrucou com empáfia a Segunda – eu abrangi a quase totalidade do tal mundo civilizado, dizimei nações inteiras, ceifei a vida de uns poucos tiranos e de um sem número de inocentes. Vi o homem brincar de Deus, o que mata, mudando para sempre o curso da história.”
Enquanto ia subindo de tom o debate entre a primeira e a segunda, eis que adentra o recinto um adolescente, quiçá ainda impúbere, cabeça baixa, meio tímido, interrompeu a conversa, dizendo:
“Pois eu fui a última!…”
As outras duas se entreolharam, entre incrédulas e desdenhosas. Uma criou coragem e perguntou:
“Quer dizer que os homens finalmente despertaram para um mundo de paz, não violência, respeito e fraternidade?”
“Não” – respondeu a Terceira Guerra.
“Não sobrou ninguém”
** Ricardo Lemos é escritor, poeta, músico, compositor; especialista em generalidades, ativista da causa animal e humana e atua há 30 anos no comércio exterior de rochas ornamentais.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do AQUINOTICIAS.COM
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