Palavras bonitas não são o suficiente
O descaso do governo Bolsonaro em relação ao desmatamento da Amazônia gerou duras críticas da mídia, de ONGs e da comunidade internacional

Por Rafael Altoé Frossard
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiO descaso do governo Bolsonaro em relação ao desmatamento da Amazônia gerou duras críticas da mídia, de ONGs e da comunidade internacional. Muitas dessas críticas foram justificadas, considerando o papel crucial do bioma nas mudanças climáticas. No entanto, o governo atual, que prometeu avanços nesse campo durante a campanha eleitoral, acumula fracassos significativos em quase dois anos de mandato.
Recentemente, a Amazônia se tornou a maior emissora de carbono do planeta, com 2,3% da floresta destruída em um curto período. A seca na região, a pior dos últimos 74 anos, tornou os incêndios uma tragédia previsível. O governo petista estava ciente dessa possibilidade, mas falhou em tomar medidas preventivas para evitar a catástrofe.
Na prática, pouco tem sido feito para preservar a Amazônia. A esquerda brasileira parece ter se aproveitado da pauta ambientalista como plataforma eleitoral, sem demonstrar um compromisso real com a proteção de um dos ativos mais valiosos do planeta. A recente promessa de Lula de concluir a BR-319, por exemplo, vai na contramão dos esforços de preservação ambiental.
O grande problema é a apatia da sociedade civil diante do descaso dos governos, sejam eles de direita ou esquerda, em relação à agenda climática. Onde estão os artistas brasileiros, que antes se manifestavam? E os líderes europeus, que tanto criticavam o desmatamento na gestão Bolsonaro? Alguém vai cantar “salve a Amazônia” novamente ou será que tudo não passou de oportunismo?
Neste momento, palavras bonitas não são suficientes. O que realmente precisamos são vozes influentes, dispostas a se comprometer de verdade e mobilizar a sociedade em prol da preservação da Amazônia. Mais do que discursos, são necessárias ações concretas e urgentes para evitar que essa crise ambiental se torne a maior tragédia da história do Brasil.
** Rafael Altoé Frossard é Doutorando em Administração pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do AQUINOTICIAS.COM
