Demência pugilística: conheça a doença que causou morte de Maguila
O neurologista Davi Légora explica que a demência pugilística é progressiva, o que significa que os sintomas tendem a se agravar ao longo do tempo.
O ex-pugilista Maguila faleceu no dia 24 devido a “demência pugilística”. Maguila construiu uma carreira impressionante no boxe profissional. Com um cartel de 77 vitórias – sendo 61 por nocaute –, sete derrotas e um empate. Assim ele se consagrou campeão brasileiro, das Américas e mundial na categoria peso-pesado.
A “demência pugilística” trata-se de uma doença neurodegenerativa comum entre atletas de esportes de contato: a encefalopatia traumática crônica (ETC). A ETC, diagnosticada em Maguila em 2013, é resultado de repetidos traumas na cabeça, que ocorrem devido aos golpes constantes que boxeadores e outros atletas recebem durante suas carreiras.
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Em estágios iniciais, a ETC pode se manifestar por alterações de humor e comportamento, mas, com o passar dos anos, os sintomas evoluem para déficits cognitivos graves, como perda de memória e dificuldade de atenção.
O neurologista Davi Légora explica que a demência pugilística é progressiva, o que significa que os sintomas tendem a se agravar ao longo do tempo.
Para reduzir os riscos dessa condição em esportes de contato, recomenda-se que os atletas adotem medidas de proteção. Primeiramente, é essencial que usem equipamentos de proteção adequados.
Além disso, devem realizar acompanhamento preventivo com avaliações cognitivas precoces. Dessa forma, o diagnóstico e o manejo da doença tornam-se mais viáveis. Sendo assim, controlar fatores de risco, como pressão arterial, colesterol e diabetes, é essencial para minimizar os danos ao cérebro.
“Demência pugilística” tem cura?
A doença não tem cura e afeta progressivamente o cérebro, gerando micro-lesões cumulativas que provocam inflamação e degeneração neuronal.
Embora a “demência pugilística” crônica não tenha cura, médicos recomendam o uso de algumas substâncias antioxidantes, como ácido ascórbico, N-acetilcisteína, vitamina E e ácidos graxos ômega-3, para amenizar o estresse oxidativo cerebral associado à doença.
A demência pugilística e a ETC são questões que transcendem o universo do boxe e afetam atletas de vários esportes de contato, além de indivíduos que sofrem traumas repetidos em acidentes.
Maguila, terá seu cérebro doado à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A universidade possui um grupo de pesquisa que estuda o impacto das concussões em atletas de diversas modalidades. Como boxe, futebol e rúgbi, com o objetivo de compreender melhor as consequências dos repetidos traumas cranianos.
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