Treinamento policial para ocorrências com PCD
A sensibilização dos agentes de segurança acerca das dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência promove empatia e respeito, elementos indispensáveis para o atendimento humanizado e para a melhoria contínua da prestação de serviços

Por Marcel Carone
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiA Lei Brasileira de Inclusão estabelece diretrizes fundamentais para garantir os direitos das pessoas com deficiência, promovendo inclusão, acessibilidade e proteção em todas as esferas da vida. Dentro desse contexto, a abordagem policial e o atendimento especializado, alicerçados na Constituição Federal e na própria LBI, são essenciais para assegurar que as necessidades das pessoas com deficiência sejam atendidas de forma eficiente e humanizada. Assim, é imprescindível que as forças de segurança estejam preparadas para interagir de maneira adequada e respeitosa, adotando práticas que reflitam os valores da inclusão e da cidadania.
O principal objetivo aqui é sugerir que se integre nos currículos dos cursos de formação das forças de segurança, disciplinas específicas sobre a abordagem e o atendimento a pessoas com deficiência, fundamentadas em preceitos importantes da nossa legislação. Paralelamente, visa-se sugerir também a implementação de programas de treinamento contínuo que assegurem a capacitação permanente desses profissionais, permitindo que atuem com excelência em situações que envolvam riscos e vulnerabilidades. Os treinamentos devem contemplar práticas inclusivas, comunicação eficaz, identificação das necessidades específicas e protocolos apropriados para emergências, o que não só aprimora a qualidade dos serviços prestados, mas também fortalece a confiança entre a comunidade e as instituições de segurança.
Essa iniciativa encontra respaldo na própria legislação brasileira, como a Lei nº 13.146/2015, que determina que o poder público assegure o acesso à justiça e a adaptação necessária para que as pessoas com deficiência possam exercer plenamente seus direitos, exigindo ainda a capacitação de servidores que atuam em diversas áreas, incluindo a segurança pública. Projetos de lei em estados como Pernambuco e São Paulo já vêm evidenciando a importância da inclusão de conhecimentos sobre a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) no treinamento dos profissionais, o que demonstra o comprometimento com a acessibilidade e o atendimento especializado.
Os benefícios decorrentes dessa proposta são amplos, abrangendo o aprimoramento da proteção e da segurança, já que profissionais bem treinados são capazes de identificar e responder de forma eficaz às situações de risco. Além disso, a inclusão de estratégias de comunicação e a capacitação para lidar com emergências contribuem para a criação de um ambiente mais acolhedor e inclusivo, alinhado à legislação vigente. A sensibilização dos agentes de segurança acerca das dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência promove empatia e respeito, elementos indispensáveis para o atendimento humanizado e para a melhoria contínua da prestação de serviços.
A implementação desse programa passa pelo desenvolvimento de um currículo abrangente, que inclua desde conceitos básicos sobre inclusão e direitos das pessoas com deficiência até práticas de atendimento em situações emergenciais, proteção contra abusos e violência, e colaboração com a rede de apoio. A capacitação de instrutores especializados e o estabelecimento de parcerias com organizações da sociedade civil, instituições de ensino e saúde são medidas estratégicas que garantem a eficácia e a continuidade do treinamento. A realização periódica de campanhas educativas e a avaliação constante dos processos formativos reforçam o compromisso com a inovação e a efetiva promoção dos direitos das pessoas com deficiência.
Em conclusão, implementar esta proposta constitui um notável avanço na promoção da inclusão, acessibilidade, segurança e respeito, garantindo que todas as pessoas, independentemente de suas capacidades, vivam em um ambiente onde seus direitos sejam plenamente reconhecidos e protegidos.
Marcel Carone é jornalista, apresentador de tv, empresário, ativista social comprometido com a inclusão, Embaixador da Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Síndrome de Down do Espírito Santo Vitória Down, Idealizador da “Brigada 21” e do “Pelotão 21”. É diplomado pela ADESG – Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra e Comendador do 38° Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do AQUINOTICIAS.COM
