Especial

Quem foi Irmã Otília, a mulher que foi luz nos momentos de dor

Uma vida de prece silenciosa, oferenda diária de cuidado, ternura e dedicação ao próximo.

Por Redação

4 mins de leitura

em 27 de maio de 2025, às 10h14

Foto: Rafael Duarte Fotografia / Diocese de Cachoeiro
Foto: Rafael Duarte Fotografia / Diocese de Cachoeiro

Uma vida consagrada ao amor! Essa é a característica que define a Irmã Maria Joana Otília, nascida Sebastiana Rodrigues Valadão, que faleceu na última segunda-feira (26), aos 91 anos. Uma vida de prece silenciosa, oferenda diária de cuidado, ternura e dedicação ao próximo.

Natural de Oliveira, Minas Gerais, nascida em 5 de outubro de 1933, filha de Francisco Machado Valadão e Ruth Rodrigues Flores, Sebastiana Rodrigues Valadão – seu verdadeiro nome -, foi batizada no dia 4 de novembro do mesmo ano e crismada na Catedral de Oliveira em 1936. Desde cedo, os sinais da vocação floresciam em seu coração, como quem já havia sido escolhida para algo maior.

Sua jornada religiosa começou em 1960, quando ingressou no Instituto das Irmãs de Jesus na Eucaristia (IJE), em Cachoeiro de Itapemirim. Fez o postulantado com simplicidade e coragem, seguiu para o noviciado em Vila Velha, em 1961, professando seus votos temporários em 1963. Sendo assim, em 1969, selou sua entrega total com os votos perpétuos — um sim definitivo a Cristo e aos irmãos mais necessitados.

Irmã Otília assumiu missões de amor ao próximo

Foto: Rafael Duarte Fotografia / Diocese de Cachoeiro

Irmã Otília assumiu inúmeras missões ao longo da vida. Ela esteve presente em hospitais, casas de acolhida, pensionatos e comunidades, sempre com a mesma disposição amorosa e o mesmo olhar compassivo. Atuou no Hospital Silvio Avidos (Colatina), na Casa da Criança em Oliveira, no Hospital Psiquiátrico de Barbacena (MG), na Santa Casa de Araxá e no hospital de Governador Valadares (MG).

Cuidava especialmente dos enfermos — os que sofrem no corpo e na alma — e ali, junto ao leito da dor, ela era alívio. Aliás, não apenas por suas mãos que serviam, mas pela espiritualidade que transbordava em cada gesto, pela palavra mansa que acalmava, pela fé que reanimava.

A partir de 1992, encontrou em Cachoeiro de Itapemirim sua morada definitiva de missão, tornando-se presença constante na Santa Casa, por meio da Pastoral dos Enfermos, e na comunidade do Colégio Cristo Rei, onde cuidava da recepção, da cozinha, e, sobretudo, das pessoas. Sendo assim, ela enxergava Deus em cada rosto — fosse um doente, um funcionário, uma criança ou um colega de congregação.

De humildade verdadeira, de risos discretos e orações constantes, Irmã Otília foi, durante décadas, um farol de amor e esperança para os que cruzaram seu caminho.

Irmã Otília deixa um legado de serviço, fé e amor ao próximo. Uma vida doada à missão de cuidar, acolher e orar. Aliás, sua memória permanecerá viva entre todos aqueles que um dia encontraram nela uma mão estendida, uma palavra de fé ou um olhar reconfortante.

Cachoeirense Presente Nº1

Foto: Rafael Duarte Fotografia / Diocese de Cachoeiro

“Sou uma pessoa simples e só cumpro o que Jesus me mandou fazer. Se tivesse que escolher novamente, faria tudo de novo. Não peço nada a ninguém, mas se pudesse pedir, seria oração, só oração”, disse a religiosa em entrevista recente.

Irmã Otília morava na residência das irmãs localizada no Colégio Jesus Cristo Rei, sede da Congregação das Irmãs de Jesus na Eucaristia.

Em junho de 2023, recebeu o título de Cachoeirense Presente nº 1, concedido pela Câmara Municipal de Cachoeiro pelo trabalho prestado aos enfermos ao longo dos anos.

O velório da Irmã Otília será realizado em dois momentos

Terça-feira (27): das 7h em diante, na capela da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim.

Quarta-feira (28): a partir das 6h, na Catedral de São Pedro. A comunidade celebrará a missa de corpo presente às 9h. Portanto, o sepultamento ocorrerá em seguida, às 10h30, no cemitério do bairro Coronel Borges.

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