Política Nacional

Após fuga de Zambelli, PT quer Bolsonaro com tornozeleira

Para o líder petista, a atual retenção do passaporte de Bolsonaro não é suficiente para garantir que ele permaneça no país.

Por Redação

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em 04 de jun de 2025, às 11h12

Foto: Reprodução | EBC
Foto: Reprodução | EBC

Após a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciar que deixou o Brasil com destino à Itália, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), protocolou nesta semana um pedido junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja submetido ao uso de tornozeleira eletrônica.

Na solicitação, Lindbergh argumenta que o monitoramento eletrônico é um instrumento legal e proporcional de controle judicial, previsto no processo penal, especialmente em situações que envolvam riscos de fuga. Segundo ele, a medida não representa violação à presunção de inocência nem à dignidade do investigado.

A petição menciona como justificativa uma ligação feita por Bolsonaro ao senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República, momentos antes de prestar depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde atuava como testemunha de defesa. O episódio foi interpretado pelo parlamentar petista como uma possível tentativa de interferência.

Além disso, Lindbergh cita a recente fuga de aliados próximos do ex-presidente. Entre eles, a própria Zambelli, condenada a dez anos de prisão pelo STF e atualmente fora do país, e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se mudou para os Estados Unidos após rumores de que poderia ter seu passaporte retido.

“Ambos são alvos de investigações semelhantes e mantêm vínculos diretos com Jair Bolsonaro, que inclusive chegou a admitir o financiamento da estadia de Eduardo nos EUA por meio de doações via Pix”, aponta o documento.

Para o líder petista, a atual retenção do passaporte de Bolsonaro não é suficiente para garantir que ele permaneça no país. “Diante da fragilidade dos mecanismos atuais, torna-se urgente a adoção de medidas cautelares mais eficazes”, afirma.

Na mesma linha, o deputado Rogério Correia (PT-MG) também protocolou, nesta terça-feira (4), uma representação semelhante à PGR. Ele destaca que os episódios recentes “reacendem, com ainda mais força, a possibilidade concreta de fuga do ex-presidente”, o que exige, segundo ele, uma resposta “rápida e firme das instituições de Justiça”.

Ambos os parlamentares já haviam feito uma solicitação semelhante em março deste ano, recomendando à PGR a adoção de medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, mas não obtiveram resposta.

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