Política Nacional

União Brasil dá prazo de 24 horas para que filiados deixem o governo Lula

O ministro do Turismo, Celso Sabino, é o único representante do União Brasil a ocupar um cargo de primeiro escalão no Governo Federal

Redação Redação

Ministro Celso Sabino | Foto: Câmara dos Deputados

O partido União Brasil determinou, nesta sexta-feira (19), o desligamento de seus filiados dos cargos públicos de livre nomeação na administração pública federal, direta ou indireta.

A resolução ainda estipula um prazo de até 24 (vinte e quatro) horas para o desligamento, sob pena de prática de ato de infidelidade partidária.

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O ministro do Turismo, Celso Sabino, é o único representante do União Brasil a ocupar um cargo de primeiro escalão no Governo Federal e está entre os atingidos pela determinação da Executiva Nacional da legenda.

A expectativa é de que o deputado federal licenciado se reúna com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio da Alvorada, para informar pessoalmente sua decisão.

Entenda o caso

O União Brasil divulgou nota oficial em defesa do presidente nacional da sigla, Antonio Rueda, após reportagens o associarem ao Primeiro Comando da Capital (PCC), alvo de investigação da Polícia Federal por crimes no setor de combustíveis e no mercado financeiro.

Segundo os veículos de imprensa, uma testemunha teria afirmado que Rueda seria dono de aviões utilizados pela facção criminosa. O dirigente negou as acusações e afirmou ter colocado seus sigilos bancário e fiscal à disposição do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Em comunicado assinado pela Executiva Nacional e pelas lideranças do partido na Câmara e no Senado, a legenda manifestou “irrestrita solidariedade” a Rueda. O texto critica o que classifica como “notícias infundadas, prematuras e superficiais” que tentam atingir a honra do dirigente.

A sigla também estranhou a divulgação das denúncias poucos dias após a decisão de antecipar o desembarque do Governo Federal, inicialmente previsto para outubro. O afastamento de filiados de cargos comissionados foi definido em instâncias partidárias, segundo a nota, em um movimento descrito como legítimo, democrático e amplamente debatido.

Para o União Brasil, a coincidência entre a retirada de apoio ao governo e as acusações reforça a percepção de uso político da estrutura estatal com o objetivo de desgastar a imagem de Rueda e enfraquecer a independência do partido, que recentemente adotou posição contrária ao Palácio do Planalto.