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Projeto de escola em Anchieta destaca resistência e cultura quilombola

O grupo realizou uma trilha ecológica e conheceu espécies da fauna e flora locais.

Redação Redação

projeto quilombola
Foto: Divulgação

A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Coronel Gomes de Oliveira, localizada em Anchieta, desenvolveu o projeto “Caminhando pela História dos Povos Afrodescendentes e a Luta pela Liberdade”, com o objetivo de ampliar o conhecimento dos estudantes sobre a trajetória, a cultura e as tradições das comunidades quilombolas.

A iniciativa envolveu turmas do 9º ano do Ensino Fundamental e foi realizada em etapas. Primeiramente, os alunos participaram de aulas expositivas sobre a história e a resistência da população negra no Brasil, refletindo sobre a importância da preservação da identidade quilombola.

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Em seguida, construíram uma linha do tempo coletiva, destacando marcos históricos desde a Abolição da Escravidão (1888) até a atualidade, incluindo conquistas e desafios, como o movimento negro, as políticas de cotas e o reconhecimento de intelectuais negros.

A terceira etapa contou com rodas de conversa e debates sobre temas, como racismo estrutural, cotas raciais e representatividade, favorecendo o desenvolvimento do pensamento crítico e a valorização da diversidade.

O ponto alto do projeto foi a visita à comunidade remanescente de quilombo de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim, e à Reserva Estadual de Pacotuba. Durante a aula de campo, os estudantes puderam conhecer a história da comunidade, formada após a abolição, compreender as formas de resistência e a importância da preservação ambiental.

O grupo realizou uma trilha ecológica e conheceu espécies da fauna e flora locais, incluindo árvores centenárias, reconhecendo o papel da natureza na cultura e nas tradições quilombolas. Ao final, participaram de um almoço com pratos típicos, como feijoada e angu de banana verde com peixe salgado.

De acordo com o professor de História Luiz Cláudio Domingues, a atividade foi essencial para consolidar os aprendizados.

“A visita à comunidade remanescente de quilombo Monte Alegre e à reserva de Pacotuba foi fundamental para que os estudantes se apropriassem de conhecimentos históricos importantíssimos, fazendo a conexão entre o passado e o presente. Ter acesso ao território tradicional e conhecer as estratégias de resistência da população negra foi transformador”, disse.

O estudante Lucas Prado Gomes, do 9º ano, destacou o aprendizado vivenciado durante a visita: “Eu achava que todos os quilombos surgiram de negros que fugiram, mas descobri que isso tem uma história diferente. Também aprendi que os negros tinham muito conhecimento sobre a natureza e que comidas como a feijoada são parte da nossa herança cultural.”

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