Cachoeiro debate desafios da inclusão escolar para neurodivergentes
O encontro reuniu especialistas e representantes da educação pública e privada.

O município de Cachoeiro de Itapemirim recebeu, na quinta-feira (30), uma reunião da Frente Parlamentar dos Direitos das Pessoas com Transtornos Neurobiológicos da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), presidida pelo deputado Allan Ferreira (Podemos), para debater desafios e avanços na educação inclusiva para famílias atípicas da região. O encontro reuniu especialistas e representantes da educação pública e privada.
Um dos principais temas foi o Decreto Presidencial 12.686/2025, que cria a Política Nacional de Educação Especial Inclusiva. A gestora escolar Simone Damasceno avaliou que o decreto é “redundante”, pois repete diretrizes da Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015), e não representa ameaça ao trabalho de instituições como Apae e Pestalozzi. Ela ressaltou que o município cumpre a legislação, embora haja falta de tempo para planejamento pedagógico e apoio insuficiente de cuidadores.
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Simone defendeu que a inclusão deve focar em melhorar práticas educacionais e garantir condições adequadas aos professores. Também destacou a importância das entidades de apoio, pois “só a sala de recursos não dá conta”.
A pedagoga Brunella Soares, representando o movimento das Apaes, reforçou que o decreto não ameaça o funcionamento das entidades e lembrou que o Espírito Santo é referência em inclusão escolar desde 2008, sendo o único estado com credenciamento das Apaes pela Secretaria de Educação.
A psicopedagoga Priscila Sossai abordou os desafios do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade), defendendo o combate à desinformação e a necessidade de capacitação de profissionais, protocolos de acolhimento e flexibilização pedagógica. Segundo ela, inclusão não é apenas colocar o aluno em sala, mas oferecer condições reais de aprendizagem.
Já a psicóloga Ingrid Taliuli destacou os desafios da inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), apontando falta de preparo de famílias e equipes escolares, além da sobrecarga dos professores. Ela defendeu um olhar mais empático e individualizado, considerando aspectos como rigidez de rotina, sensibilidade sensorial e dificuldade de adaptação.
Com informações da Assembleia Legislativa do Espírito Santo.